Cerca de 100 dissidentes do Movimento dos Sem-Terra (MST) que invadiram um assentamento da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) em Caiuá, no Pontal do Paranapanema, foram despejados nesta terça (14/04) pela Justiça. Eles tinham montado acampamento num dos lotes do assentamento Maturi, instalado pelo Itesp em 1998 e que já abriga 172 famílias. A Polícia Militar acompanhou a demolição dos 12 barracos e a saída das famílias. Não houve resistência.
O líder dos sem-terra, José Rainha Júnior, protestou. Segundo ele, as famílias esperavam ser assentadas no assentamento vizinho da fazenda São Camilo, já no município de Presidente Venceslau. "Essas famílias ocuparam a São Camilo há quatro anos e deveriam ter prioridade no assentamento", disse. "O Itesp cadastrou mais de 300 pessoas e colocou aquelas que nunca tiveram nada a ver com a luta pela terra na região." De acordo com Rainha, as famílias despejadas encaminharam representação ao Ministério Público Estadual, pedindo que a escolha dos assentados seja investigada.
O Itesp informou que as famílias ocupavam indevidamente um lote do assentamento Maturi e, após negociação, aceitaram a ordem de reintegração de posse. Já os títulos de permissão de uso dos 25 lotes do assentamento São Camilo foram dados no último dia 9 e a escolha dos assentados observou os critérios legais.
(Por José Maria Tomazela,
O Estado de S. Paulo, 15/04/2009)