(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
segurança alimentar internacionalização de terras escassez de comida
2009-04-15
A Arábia Saudita está alocando US$ 800 milhões numa nova companhia pública que investirá em projetos agrícolas no exterior, sinalizando um grande avanço nas tentativas sauditas de terceirizar o abastecimento das necessidades alimentares do país. A provisão de recursos públicos, que se somam aos esforços do setor privado, para assegurar o suprimento de alimentos ocorre no rastro da crise dos alimentos do ano passado e da decisão saudita de reduzir progressivamente a produção interna de trigo para conservar recursos hídricos.

Abdullah al-Obaid, vice-ministro da Agricultura, disse que a nova estatal apoiará as empresas privadas sauditas investindo no exterior por meio de parcerias, com o propósito de reduzir a dependência do país nas importações. "Alguns dizem: ´Porque vocês estão fazendo isso se já veem importando há muito tempo?´ Mas nós gostaríamos de assegurar [o suprimento de alimentos] por nós mesmos, esta é a questão", disse Al-Obaid ao "Financial Times". O capital inicial de US$ 800 milhões seria um "primeiro estágio" e poderia ser incrementado.

Richard Warburton, responsável pelo setor de agronegócios na consultoria britânica Bidwells, disse que esse fundo é "enorme no mercado atual de agro-investimento". "Conseguir efetivar as operações será extremamente desafiador nesta escala", disse. A nova companhia pertencerá ao estatal Fundo de Investimento Público e será chamada Companhia Saudita para Investimento Agrícola e Produção Animal.

Rica em petróleo, a Arábia Saudita importa quase todos os alimentos que consome. O país estabeleceu um programa no ano passado para investir em agricultura no exterior, depois que importantes países exportadores de alimentos restringiram suas exportações. Segundo Obaid, o objetivo é acumular reservas estratégicas de arroz e trigo equivalentes a no mínimo três a seis meses de consumo.

A Arábia Saudita espera que o setor privado seja o principal investidor nos projetos no exterior, com o governo facilitando os acordos, oferecendo crédito, negociando acordos bilaterais e ajudando com infraestrutura. O governo está elaborando uma "lista final" de pelo menos 20 países que recomendará às empresas sauditas, disse Obaid. As autoridades têm mantido contato com países da África, Ásia e Leste Europeu, bem como com Austrália e, recentemente, Argentina. O tamanho mínimo de cada empreitada seria de 50 mil hectares, disse.

O governo já havia decidido reduzir gradualmente a produção interna de trigo até 2016, depois de concluir que seu programa de cultivo, implantado no fim da década de 70, não era mais sustentável, considerando-se as finitas reservas de água do país desértico. A Arábia Saudita vinha produzindo 2,5 milhões de toneladas de trigo ao ano antes de começar a reduzir o plantio. Especialistas avaliam que neste ano o país importará aproximadamente 1,5 milhão de toneladas de trigo, tornando-se um participante expressivo no mercado mundial de cereais.

Algumas empresas sauditas, que haviam começado a cultivar trigo no país, disseram que estão interessadas em produzir no exterior. Observadores, porém, questionaram o apetite do setor privado em se envolver, e o dinheiro do governo é considerado fundamental para o sucesso do programa.

O plano suscita o temor de que a Arábia Saudita e outros ricos países do Golfo Pérsico exportem a partir de países pobres na África, que sofrem escassez crônica de alimentos. Obaid tentou dissipar esse temor dizendo que, apesar de "grande parcela" da colheita ser exportada, os sauditas deixarão parte dos alimentos que produzirem no mercado local.

(Por Andrew England e Javier Blas, Financial Times / Valor Econômico, 15/04/2009)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -