Policiais militares e rodoviários cercaram área e confirmaram que escola itinerante segue funcionandoAo amanhecer de ontem, o acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) erguido às margens do km 138 da estrada Carazinho-Sarandi (BR-386), no norte do Estado, estava cercado por dezenas de policiais.
A força-tarefa, que contou com um helicóptero, escoltava um grupo de conselheiros tutelares que foi até o local para identificar todas crianças e adolescentes em idade escolar que vivem na área. A ação foi solicitada pelo Ministério Público Estadual.
Ao todo, 42 foram identificadas, 27 destas ainda frequentavam a escola itinerante do próprio MST, que mesmo sepultada pela Secretaria Estadual de Educação desde fevereiro deste ano, ainda funcionava normalmente. A coordenadora do Conselho Tutelar de Sarandi, Arlete de Azeredo, precisou de todo este aparato para cumprir um pedido feito logo após o fechamento das escolas itinerantes. Em quatro ocasiões, ela foi até o local para conseguir as informações e não teve êxito.
– Algumas destas crianças já frequentam uma escola municipal. Mas a maioria delas não está matriculada na rede oficial de ensino – disse Arlete.
A mobilização congestionou o trânsito na rodovia por cerca de uma hora. Apesar de todo o aparato de segurança, não houve resistência por parte do MST em relação à ação. No momento da entrada da polícia no acampamento, muitos dos barracos erguidos estavam vazios.
– Não houve nem gritaria– disse o tenente-coronel Aderli Dal Bosco, comandante da BM em Carazinho.
Integrantes do MST não quiseram falar sobre o assunto, mas afirmaram que a escola do acampamento não será desativada. O autor da ação, o promotor de Sarandi Juliano Griza, disse que foram feitas várias reuniões entre Ministério Público e movimento para que se chegasse a um acordo sobre a educação dos filhos dos sem-terra, mas desistiu, segundo ele, pelas dificuldades de entendimento com o MST.
(Zero Hora, 14/04/2009)