Empresas não podem derrubar árvores, beneficiar e comercializar madeira. União das Entidades Florestais do Pará contestou decisãoA Secretaria de Meio Ambiente do Pará bloqueou 458 empresas no cadastro de produtos florestais. Segundo as investigações, as madeireiras teriam fraudado o sistema e falsificado documentos para a retirada ilegal de árvores da floresta. A participação de servidores públicos no esquema está sendo investigada. As empresas estão impedidas de derrubar árvores, beneficiar, transportar e comercializar madeira. Uma auditoria nos cadastros apontou irregularidades como a ausência do licenciamento ambiental.
Foram suspensos 39 planos de manejo, autorizações emitidas pela própria secretaria para a derrubada de árvores com menor dano ambiental. Outras 912 empresas suspeitas de fraude estão sendo investigadas e terão que apresentar esclarecimentos. Se as explicações não forem convincentes, também poderão ter as atividades suspensas.
ReaçãoO esquema foi descoberto porque a Secretaria de Meio Ambiente do Pará emitiu planos de manejo para assentamentos onde já não havia mais áreas disponíveis para a derrubada legal da floresta. A Uniflor, União das Entidades Florestais do Pará, não reagiu bem ao bloqueio. A entidade alega que as empresas atingidas não foram notificadas previamente. “Jamais [se pode] fazer um bloqueio sem notificação prévia, sem respeitar o devido processo legal e esse bloqueio se perpetuar no tempo e no espaço”, justificou Edgar Medeiros, advogado da entidade.
O secretário de Meio Ambiente do Pará explicou porque as empresas não foram avisadas. “Não houve chance de fazer um aviso prévio primeiro porque, dada as condições em que nos tomamos a decisão, as empresas já não poderiam estar funcionando. Então, não é algo que a gente deveria comunicar e pedir um esclarecimento. A situação documental impedia que ela tivesse funcionando plenamente”, disse Valmir Ortega.
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G1, com informações do Globo Rural, 13/04/2009)