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lixo tecnológico / eletrônico
2009-04-14
Toneladas de lixo espacial giram em volta da Terra e criam sérios perigos para os satélites em atividade, missões tripuladas e caminhadas dos astronautas no espaço. Calcula-se que os seres humanos já geraram seis mil toneladas de lixo espacial, incluindo a provada existência de 13 mil objetos de tamanho superior a dez centímetros, quase todos legados ao universo por Estados Unidos, China, França, ex-repúblicas soviéticas, Japão e Índia. A Quinta Conferência Européia sobre Lixo Espacial, organizada pela Agência Espacial Européia (ESA), discutiu estes assuntos entre 30 de março e 2 de abril. na cidade alemã de Darmstadt, com participação de mais de 300 especialistas de 21 países.

As últimas estimativas da ESA indicam que cerca de 600 mil objetos em desuso maiores que um centímetro pululam pela órbita terrestre. São satélites inativos, antigos foguetes, fragmentos de naves, restos de pintura e pó abandonados durante mais de 50 anos de atividade humana no espaço. O principal catálogo de resíduos espaciais existente é o da Rede de Vigilância Espacial do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, da qual os demais países dependem em grande parte para conhecer a situação. Contudo, por encomenda da ESA, o Observatório de Teide, nas espanholas Ilhas Canárias, perscruta sistematicamente o espaço há uma década.

“Já descobrimos mais de cinco mil objetos”, disse ao Terramérica o astrônomo Miquel Serra, responsável pelo projeto de lixo espacial do Instituto de Astrofísica das Canárias. “Em alguns anos, a Europa poderá ter catalogado o lixo espacial, e não precisará recorrer a ninguém para ter conhecimento a respeito”, acrescentou. Desde o envio do lendário Sputnik soviético, em 1975, houve mais de 4.600 lançamentos e foram colocados em órbita cerca de seis mil satélites, dos quais apenas 800 continuam funcionando. Grande parte dos restos procede de explosões, foram contabilizadas cerca de 200, pois a maioria dos artefatos enviados ao espaço ainda conta com combustível para finalizar sua vida útil e, assim, permanecem por longo tempo.

Além disso, a quantidade de elementos sem utilidade que orbitam a Terra aumenta sem parar devido às colisões. “A situação é séria. O aumento destes objetos no espaço não é controlado”, disse ao Terramérica Holger Krag, especialista do Centro Europeu de Operações Espaciais da ESA. “Tememos que ocorram cada vez mais choques que gerem inumeráveis fragmentos, os quais, por sua vez, tenham impacto contra outros satélites, e dessa forma ocorra um sem-número de colisões em um prazo cada vez menor. Assim, em algum momento, o espaço à altura de até dois mil quilômetros (área de maior trânsito de satélites) não seria mais útil para a astronáutica”, afirmou Krag.

Estas colisões são a principal ameaça para os satélites que estão em órbita com finalidades como telecomunicações, previsão do tempo, navegação, observação da Terra e ciência aeroespacial. E também para as naves e missões como a Estação Espacial Internacional. A velocidades que costumam chegar aos 40 mil quilômetros por hora, até mesmo os pequenos fragmentos de dejetos espaciais podem causar grandes danos às aeronaves. Prova desse perigo foi o acidente ocorrido no dia 10 de fevereiro deste ano, quando o satélite norte-americano Iridium 33 chocou-se com o russo Cosmos 2251, que estava fora de serviço. Ambos se converteram em centenas de fragmentos que engrossam o lixo espacial.

Entretanto, especialistas consideram muito mais grave a destruição intencional do satélite chinês Fenghyn 1C com um míssil lançado da Terra pelas autoridades desse país em janeiro de 2007. “Essa única ação aumentou em 25% a presença de resíduos espaciais. Foi dramática, e continuamos enfrentando suas consequências ainda hoje”, afirmou Krag. No dia 12 de março deste ano, os três tripulantes da Estação Espacial Internacional tiveram de se refugiar por dez minutos na cápsula Soyuz diante da possibilidade de um choque com lixo espacial.

Não há leis ou acordos vinculantes para estas atividades espaciais que estipulem castigos por seu descumprimento. Em todo caso, apela-se à auto-regulamentação dos Estados e ao cumprimento das diretrizes da Comissão das Nações Unidas sobre a Utilização do Espaço Ultraterrestre com Fins Pacíficos. A comunidade cientifica recomenda, há mais de uma década, o reingresso controlado na atmosfera terrestre dos satélites que terminaram sua vida útil, para que ali sejam extintos, evitando os choques e as explosões provocadas pelos restos de combustíveis. Mas o consenso na Quinta Conferência Européia sobre Lixo Espacial, pela primeira vez, foi mais longe.

“É necessário projetar e implementar medidas ativas para remediar a situação do lixo espacial (...). Não existe outra alternativa para proteger o espaço como um recurso valioso para a operação da indispensável infra-estrutura por satélite”, afirmam suas conclusões. Uma das propostas contempla “a remoção controlada de objetos da órbita terrestre com missões robotizadas enviadas até eles, que os acople e reboque até um cemitério orbital, ou provoquem sua queda de maneira controlada”, explicou ao Terramérica um dos conferencistas, Carsten Wiedemann, do Instituto de Ssitemas Aeroespaciais de Brunswick, no norte da Alemanha.

A recuperação de cada um dos vários milhares de satélites em desuso custaria entre 10 e 20 milhões de euros (entre US$ 13 milhões e US$ 26 milhões). Contudo, “os custos com a perda da infra-estrutura de satélites serão muito superiores aos derivados das atividades reparatórias”, concluiu o documento da Conferência.

(Por Maricel Drazer, da IPS/ Terramérica/ Envolverde, 13/04/2009)

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