Depois de três meses com chuvas 75% abaixo da média, a maioria dos depósitos de água secou nas regiões do Médio Uruguai e Celeiro. Conforme o presidente da Associação dos Municípios da Zona da Produção (Amzop), Pedrinho Viana, os governos estadual e federal 'não estão cientes do desespero e clamor de milhares de famílias da região que enfrentam o problema da falta de água'. Ele detalha que os agricultores buscam o produto nos rios Uruguai, Várzea, Guarita, Melo e Fortaleza para o consumo dos animais.
Dois caminhões-tanque fazem 300 quilômetros por dia transportando 50 mil litros de água para abastecer propriedades rurais. O nível do rio Uruguai – de onde o produto é retirado – já baixou 3 metros. Além de Marcelino Ramos, propriedades rurais de Aratiba, Mariano Moro, Barão de Cotegipe e Erechim dependem do transporte de água. Os municípios de Floriano Peixoto e São Valentim sofrem com a falta do produto para consumo de moradores da área urbana.
Em Alecrim, 330 famílias do interior sofrem com a falta de água para consumo humano e animal devido à estiagem. Oitenta mil litros de água são transportados diariamente. À lista para o abastecimento são acrescentadas pelo menos dez famílias todos os dias.
A situação da zona rural também é precária em Bossoroca, que decretou situação de emergência. Os prejuízos chegam a 50% na produção leiteira; 20% na bovinocultura de corte e 80% na lavoura de milho.
(Correio do Povo, 14/04/2009)