Uma equipe internacional de pesquisadores sequenciou os genomas de duas variedades de algas verdes microscópicas, mostrando os genes que lhes permitem capturar o gás carbônico (CO2) e manter o equilíbrio químico dos oceanos, revela um estudo divulgado na quinta-feira (9).
Essas algas marinhas, que medem menos de um mícron de diâmetro, ou seja, um 1/50 da espessura de um fio de cabelo, são as mais comuns nos oceanos ao redor do globo --dos trópicos aos pólos.
Elas armazenam o CO2, a luz do sol, a águas e os nutrientes e produzem glicídios e oxigênio, explicam os pesquisadores no trabalho --publicado na edição de 10 de abril da revista americana "Science".
Sua produtividade como fonte importante de nutrientes marinhos e sua capacidade de reter CO2, de influenciar os fluxos carbônicos e de desempenhar um papel na mudança climática fazem dessas algas um alvo perfeito de estudo, insistem os cientistas.
"A alga micromonas é representativa de um grupo (...) de algas verdes, cujos genomas foram alvo do maior número de sequenciamentos", destacou Igor Grigoriev, um dos principais autores dessa pesquisa, ligado ao Joint Genome Institute.
"Com esses quatro últimos genomas sequenciados, dois de micromonas e dois de Ostreococcus, podemos observar características na organização dos genomas tanto quanto a diversidade entre os diferentes organismos nesse grupo", completou.
O sequenciamento permitiu identificar cerca de 10 mil genes em cada um dos quatro genomas que contêm, juntos, 22 milhões de nucleotídeos.
O código genético dessas algas contém informações sobre a maneira como a fotossíntese transformou um planeta estéril na Terra de hoje, ressaltam os autores.
(Folha Online/
AmbienteBrasil, 12/04/2009)