Uma equipe de cientistas descobriu que os mexilhões são capazes de sobreviver à acidificação dos oceanos, após estudar o comportamento destes moluscos em uma zona do Pacífico com grandes concentrações de dióxido de carbono.
Segundo publica hoje a revista britânica "Nature Geoscience", um grupo de pesquisadores da Universidade de Victoria (Canadá) traz novos dados sobre a resposta dos organismos à acidificação dos oceanos, uma das principais ameaças atuais e futuras para a fauna marinha.
Para isso, os cientistas estudaram a resistência e a evolução dos mexilhões próximos ao vulcão de Eifuku, no arquipélago das Marianas, uma zona que tem um alto nível de acidificação.
De forma simultânea, os especialistas observaram o comportamento desta espécie em outras áreas com níveis de concentração de dióxido de carbono normais.
Assim, os cientistas descobriram que, apesar de a espessura da carapaça dos mexilhões das áreas mais acidificadas ser sensivelmente menor e de a taxa de crescimento ser reduzida pela metade, os moluscos eram capazes de resistir a estas duras condições.
De fato, embora a menor espessura da concha pudesse deixá-los mais indefesos frente a outros organismos marítimos, o nível de acidificação lhes proporcionava uma segurança adicional, ao impedir o desenvolvimento de outras espécies ameaçadoras, como os caranguejos.
(Folha Online/
AmbienteBrasil, 12/04/2009)