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mata atlântica corredores ecológicos recuperação ambiental
2009-04-13
A Mata Atlântica é o bioma com a maior biodiversidade do mundo, embora sofra pressões constantes de poluição e destruição. De sua extensão original, só restam 7%, um alerta para a urgência de mais esforços para sua proteção. Para defendê-la, uma iniciativa pioneira foi lançada: o projeto Corredor Ecológico Vale do Paraíba, que objetiva ligar fragmentos da mata, ampliando a chance de sobrevivência das espécies, ao mesmo tempo em que integra a população de seu entorno à sua preservação e recuperação.

O projeto reúne empresas e ONGs que já atuam em prol da Mata Atlântica e trabalhará com o que existe à sua volta. “Não vamos reinventar a roda. Em cada ponto que chegarmos, vamos estudar qual a melhor solução para melhorar a proteção e recuperação da mata, em conjunto com a sua população”, detalha Paulo Valladares Soares, secretário-executivo da proposta.

Paulo explica que a base da ação é aliar os cuidados com o meio ambiente às culturas locais, educação e geração de renda. “É preciso cuidar das pessoas, em primeiro plano. Melhorando a qualidade de vida e promovendo, ao mesmo tempo, a conscientização de como tudo está interligado, podemos atingir nossos objetivos”, afirma.“É necessário construir amor pela mata. Sem esse sentimento, avançamos muito pouco”, reforça o executivo.

150 mil hectares em dez anos
A meta do Corredor Ecológico Vale do Paraíba é recuperar 150 mil hectares de Mata Atlântica, criando ligações de áreas naturais entre a Serra da Mantiqueira e a Serra do Mar. O reflorestamento previsto tem um custo calculado de R$ 15 mil por hectare, para o plantio inicial, e dois anos de acompanhamento e manutenção. Cada hectare recebe 1.700 mudas de 80 espécies nativas diferentes. As áreas são escolhidas com uma análise aérea da região, priorizando ampliar a mobilidade da fauna e fortalecer a proteção de cursos d’água.

Todo o trabalho é aliado às dinâmicas sociais locais, para que a população entenda e valorize o que está sendo feito, sentindo-se motivada a participar. Estuda-se, caso a caso, o desenvolvimento conjunto de práticas sustentáveis para geração de renda e melhoria das condições de vida no entorno das áreas reflorestadas.

“O Corredor Ecológico é um caminho de muitas mãos. Sustentabilidade não se constrói sozinho”, diz Paulo. Ele ressalta o planejamento feito para atingir resultados duráveis por meio da precisão na ação, mas com benevolência no contato com as pessoas, respeitando os valores, as vivências e o jeito de ser de cada um. Por isso evita-se a pressa na execução, que está prevista para atingir sua meta em dez anos.

“Abordamos um agricultor, por exemplo, falando de conservação do solo. Assim, abrimos caminho para dialogar sobre a necessidade dos corredores ecológicos e os benefícios ambientais que eles geram”, detalha o empreendedor.

A proposta já tem três hectares reflorestados, nos municípios de São Luís de Paraitinga e Guaratinguetá, ambos no Estado de São Paulo. Ela se concentra na região do Vale do Paraíba paulista e, além dessas duas cidades, elegeu também os municípios de Lorena, Aparecida, Redenção da Serra e Natividade da Serra para a primeira etapa de sua ação.

O projeto conta com a adesão das seguintes organizações:
• Comitê das Bacias Hidrográficas do Rio Paraíba do Sul – www.comiteps.sp.gov.br;
• SOS Mata Atlântica – www.sosma.org.br;
• Instituto Ethos – www.ethos.org.br;
• Oikos Agroecologia – www.institutooikos.org.br;
• VCP Votorantim – www.vcp.com.br;
• Instituto Tomie Ohtake – www.institutotomieohtake.org.br.

A participação é livre a todos os interessados, ONGs, empresas, proprietários de terra, instituições de ensino ou pessoas físicas que queiram contribuir com conhecimentos, recursos ou trabalho voluntário. Para tanto, basta contactar seus organizadores por meio do site www.corredordovale.org.br, no qual se encontra ampla informação sobre o projeto.

(Por Neuza Árbocz, Instituto Ethos/ Envolverde, 12/04/2009)

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