Serão necessários mais de 4 milhões de litros por ano de etanol para o atendimento das necessidades da PE Verde do Pólo Petroquímico de Triunfo. Por isso, no começo das operações da unidade, certamente o Rio Grande do Sul ficará de fora deste mercado. Isto porque a produção anual, e atual do RS, que consome 700 milhões de litros/ano de etanol, é de apenas 6 milhões de litros/ano, registra o diretor-presidente da Emater/RS, Mário Nascimento. Porém, o Estado espera ser incluído no zoneamento da área de plantio da cana-de-açúcar, no Brasil, elaborado pelo Ministério da Agricultura.
Para ingressar na era do etanol como grande fornecedor, o RS levará de três a quatro anos, calcula Nascimento. Durante esse tempo, a área plantada precisará ser ampliada dos atuais 35 mil hectares – destes só 2,2 mil são cultivados com cana visando à produção de etanol – para 200 mil hectares. Uma vez atingida essa extensão, o Estado poderá oferecer 1,2 bilhão de litros/ano, observa o diretor-presidente da Emater/RS. Por isso, um trabalho de Embrapa, Fepagro, Emater e Rede Interinstitucional de Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro atua para fomentar a produção do etanol.
Em três áreas de pesquisa (Pelotas, São Borja e São Luiz Gonzaga) já são testados 200 clones de variedades de cana. Já em 16 Unidades de Validação de Tecnologias foram aprovados 23 cultivares de variedades de cana plantadas, há mais tempo, no RS. Em 2011, a Braskem deverá trazer etanol da ETH Bioenergia, com sede em São Paulo. A empresa, do grupo Odebrecht, controlador da Braskem, é voltada à produção, moagem da cana e venda dos produtos finais. Entretanto, a Braskem dará preferência na compra do etanol às regras da melhor qualidade, logística e menor preço.
(Correio do Povo, 13/04/2009)