Segundo informações da assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Mato-Grosso, nenhum representante da pasta ambiental do governo ou dos Assuntos Indígenas da Casa Civil do Estado participou das negociações que firmaram um acordo entre cinco etnias indígenas e empreendedores do complexo Juruena.
O acordo, firmado no começo da semana em Juína com mediação da Fundação Nacional do Índio (Funai), representou a concordância das etnias com a construção de oito Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) no rio Jurena. Desde o começo das obras, que já estavam aprovadas pelos órgãos ambientais competentes, houve reação dos indígenas que habitam a região, denunciando a possível interferência em seu modo de vida e sustento.
Apesar da instauração de uma negociação, os conflitos tiveram seu clímax quando representantes da etnia enawenê nawê invadiram canteiros das obras e incendiaram algumas estruturas do projeto. Com a paz restaurada, o novo acordo prevê uma transferência de R$ 6 milhões de reais para obras de compensação ambiental a fim de minimizar os impactos sociais.
As oito Pequenas Centrais Hidrelétricas que estão sendo construídas no rio Juruena fazem parte da primeira etapa de um empreendimento que prevê 77 centrais geradoras ao longo do rio. Defendidas por governantes e empreendedores como uma forma mais limpa de geração de energia do que as Usinas Hidrelétricas, as PCHs podem gerar, segundo especialistas, danos ambientais proporcionalmente iguais ao de qualquer outra usina.
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Amazonia.org,09/04/2009)