O governo do Estado estendeu a vacinação contra a febre amarela para mais 71 municípios, incluindo 67 cidades da principal região turística do Estado.
A decisão anunciada ontem pelo secretário da Saúde, Osmar Terra, eleva para 272 o número de cidades incluídas na zona de risco – 54,83% dos municípios do RS –, aumentando a abrangência de vacinação para 30% da população.
Nova Araçá, Nova Prata, Paraí e Vacaria passaram a figurar na área de alerta por estarem situadas nos arredores de Guabiju, Rio Pardo e Muitos Capões, que abrigam bugios infectados. Os prefeitos da serra gaúcha reiteraram que não há focos do vírus nos municípios, por isso a inclusão de cidades como Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Farroupilha, Gramado e Canela na zona de risco foi a estratégia encontrada pela Secretaria Estadual da Saúde para bloquear a expansão do vírus. 'Se o vírus chegar à região Metropolitana, haverá a necessidade de vacinação da totalidade dos habitantes do Estado.' O secretário admitiu ser arriscado promover uma vacinação geral da população devido ao risco de reações adversas à vacina. 'Tivemos duas mortes em Santa Maria', lembrou. De acordo ele, a probabilidade é de um óbito para cada milhão de vacinados.
Gramado iniciará a imunização nesta segunda-feira, nos postos de saúde. Haverá um calendário especial para a zona rural. Em Bento Gonçalves, somente turistas serão vacinados neste final de semana – a população do município terá que esperar até segunda-feira. Segundo a Secretaria de Saúde, o caso do paciente de Carlos Barbosa que morreu no final de março em Bento com sintomas da doença está sendo investigado.
No Vale do Taquari, agora todas as cidades fazem parte da lista, devido à confirmação da morte de dois bugios com a doença. O falecimento de um morador de Cruzeiro do Sul em Lajeado, registrado ontem, está sendo investigado. Segunda-feira, o secretário da Saúde do Estado irá a Brasília para avaliar as medidas de combate à febre amarela adotadas até o momento.
Não devem fazer a vacina
-Portadores de doenças agudas febris, com comprometimento do estado geral
-Pessoas com história de hipersensibilidade a ovos de galinha e seus derivados
-Gestantes
-Pessoas imunodeprimidas, como portadores de neoplasias malignas, Aids ou em uso de drogas imunossupressoras
-Indivíduos com história de hipersensibilidade à canamicina ou eritromicina
-Crianças menores de quatro meses de idade
(Correio do Povo, 10/04/2009)