Mortes revoltam grupo que zela pela saúde de animais que circulam em área da UFRGS
Para qualquer local que se olhe dentro do Campus do Vale da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), lá está um cão. Desde o último sábado, porém, o número de animais tem diminuído. Seis foram encontrados mortos e um está desaparecido. A principal suspeita é envenenamento.
Como o campus é aberto, não há nenhum tipo de restrição à entrada de pessoas e animais no espaço. O fato atraiu a presença de animais, basicamente cães, que passaram a habitar os prédios e a mata que rodeia as salas. Muitos deles caminham pelos corredores, por entre alunos e professores.
Mas a presença da matilha não agrada a todos. É o que diz Mara Rejane Ritter, coordenadora da Associação dos Defensores de Animais do Campus do Vale da UFRGS, projeto que reúne funcionários, alunos e professores imbuídos em acolher os cães que vivem na universidade.
– Há pessoas que não concordam com a presença dos animais aqui no campus. Mas a maneira mais equivocada de resolver o problema é matando os bichos. Outros aparecerão e tudo vai continuar igual. O que está acontecendo é uma barbárie – afirma.
Os cães mortos foram levados para análise, mas o resultado da perícia, que apontará a causa da morte, só ficará pronto em 10 dias. Mara garante que diversos veterinários examinaram os cães mortos e todos afirmaram que os indícios são de envenenamento. No sábado, três animais amanheceram mortos. No domingo, outros três, e um sumiu.
Cercamento seria solução, mas não há verba para isso
Os corpos dos animais estavam espalhados pelo campus quando os integrantes da associação chegaram. Ao constatar as mortes, registraram ocorrência na delegacia.
– Damos comida, castramos e estamos sempre atentos aos animais. São cães saudáveis. O cercamento da área seria a melhor solução, mas não há verba. Então, temos de conviver com eles da melhor maneira – diz Mara.
Desnorteado com a possível dose de veneno, um animal despencou do primeiro andar do prédio antes de morrer.
Cartazes com fotos dos corpos dos cães estão espalhados pelo campus para alertar a comunidade acadêmica para a gravidade do fato. Atualmente, há mais de cem animais na área. Contatada, a assessoria de imprensa da UFRGS informou que estão sendo tomadas medidas sobre o problema.
(Zero Hora, 10/04/2009)