Mais um acordo foi feito entre a Petrobras e o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), na tentativa de minimizar os impactos causados pela empresa no município de São Mateus. Em reunião, a estatal se comprometeu a melhorar as condições da estrada, mas ficou com a prefeitura a responsabilidade de apurar por que água da região se encontra poluída.
A informação é que, diante do bloqueio dos acessos à empresa, sua direção garantiu cumprir com a promessa feita em 2006 de aterrar e melhorar as condições das estradas da região, destruídas pelo movimento de carretas da própria frota.
Segundo os camponeses, desde 2005 são cobradas da empresa melhorias para as vias de acesso às comunidades rurais, também utilizadas pelas carretas. Entretanto, nada foi feito. Desta vez, a promessa é que as obras nas estradas comecem na próxima segunda-feira (13).
Caso contrário, ressaltam os representantes do MPA, uma nova mobilização poderá ocorrer. Ao todo, duas mobilizações já ocorreram para pressionar a empresa a cumprir as promessas feitas às comunidades de pequenos agricultores da região. A primeira ocorreu em 2006. A paralisação, iniciada nessa segunda (6), durou pouco mais de 24 horas e fechou a estrada da Ferrugem, que dá acesso ao centro de São Mateus. Além disso, foram paralisadas as obras de construção do gasoduto da Petrobras.
Além da estrada, os produtores rurais também cobravam a melhoria da qualidade da água e uma indenização pelo tempo de prejuízos à comunidade. Segundo o MPA, a empresa destruiu mananciais e contaminou a água com óleo. Entretanto, na reunião ninguém assumiu a culpa pelos impactos ambientais.
A promessa, segundo o coordenador do MPA, Valmir Noventa, é que a prefeitura irá fiscalizar o serviço de tratamento de água da região para descobrir por que a água está chegando suja às comunidades.
Uma nova reunião deverá ocorrer em um prazo de 20 a 30 dias para avaliar o cumprimento das promessas feitas pela Petrobras e pela prefeitura.
Petrobras x impactosNão cessam as reclamações sobre a atuação da Petrobras no Estado. Desamparados pela fiscalização dos órgãos ambientais, os pescadores de Barra do Riacho denunciaram, na última semana, os impactos gerados pela empresa na região.
A informação é que o material dragado pela empresa para a ampliação do Portocel vem sendo jogado fora da rota estipulada pelos órgãos ambientais, destruindo as redes de pesca, degradando a área de pesca do camarão rosa e mantendo os pescadores em constante alerta de perigo com o trânsito de embarcações transportando o material da dragagem na região.
No local, além do píer para a atracação de navios com capacidade para transportar até 60 mil toneladas de GLP ou gasolina natural, também faz parte do investimento a construção de três tanques refrigerados e outros três tanques para armazenar a gasolina natural. A previsão é que as obras sejam concluídas no final de 2009.
Ao todo, 30 redes de pesca já foram destruídas pelas embarcações, denunciam os pescadores.
(Por Flavia Bernardes,
Século Diário, 09/04/2009)