O Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf) anunciou um projeto de reurbanização para o entorno do Mercado Público da Capital, na área central. A proposta prevê a criação de uma praça, a transferência do Camelódromo Municipal de Florianópolis e o fechamento parcial da Avenida Paulo Fontes. De acordo com o presidente do Ipuf e secretário de Habitação e Saneamento Ambiental, Átila Rocha dos Santos, a proposta apresentada nesta quarta (08/04) ainda não é definitiva e pode passar por alterações nos próximos três meses.
– Nós vamos fazer uma praça, mas como ela vai ser ainda não sabemos. Nosso objetivo é começar uma discussão sobre o coração da cidade e antes de concluir o projeto é preciso avaliar todos os impactos da obra – frisou.
A Secretaria de Obras deve realizar um teste até o final do mês para ampliar o estudo sobre o fluxo de veículos na região central e vai interromper o trânsito em parte da Avenida Paulo Fontes, na área em frente ao Mercado Público. A proposta do Ipuf pretende eliminar o conflito diário entre os veículos e os 120 mil pedestres que circulam no trecho da Paulo Fontes entre o Terminal de Integração do Centro (Ticen) e a região do Mercado Público.
Estacionamento com 180 vagas será subterrâneoO projeto também prevê a transferência do estacionamento de 180 vagas da Associação Florianopolitana de Voluntários (Aflov), ao lado do camelódromo, para a parte subterrânea da área. Segundo Santos, a ideia pode retirar o bloqueio visual das edificações tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que estão concentradas na Rua Francisco Tolentino.
– Queremos valorizar a herança da arquitetura açoriana e a tendência é que o próprio comércio também ganhe com a medida. Além disso, a própria concessão deste estacionamento deve garantir o dobro de vagas e pode viabilizar o projeto – completou.
Conforme o presidente do Ipuf, ainda não é possível estabelecer o valor de investimento do projeto, que não está concluído. O presidente da Associação dos Pequenos Comerciantes (Assopecom), José Roberto Leal, disse que esta não é a primeira vez que um projeto de transferência do camelódromo é apresentada e que a ideia não agrada os permissionários dos 130 boxes que trabalham no local.
– Este projeto está fora de cogitação. Esta área foi adquirida da União há 18 anos, a quem pagamos mais de R$ 180 mil de impostos por ano. Aqui nós já temos vida própria e toda estrutura que precisamos – afirmou Leal.
A área que abriga o Mercado Público é alvo de disputa judicial entre município, Estado e União, que reivindica a reintegração de posse do local.
(Por Nanda Gobbi,
Diário Catarinense, 09/04/2009)