Atenção também foi redobrada no Brasil
A polícia do Uruguai está atenta aos passos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), durante o mês de abril. Para resguardar fazendas de possíveis invasões, policiais uruguaios se armam com escopetas com balas de borracha em uma campana montada na estrada que divide Aceguá, no Brasil, na cidade homônima do outro lado da fronteira.
Para assegurar a tranquilidade durante as manifestações do chamado Abril Vermelho, — que é quando o MST reforça as manifestações para lembrar o aniversário do massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, em 17 de abril de 1996 — os policiais do país vizinho trocam informações com os policiais do Rio Grande do Sul, onde a atenção também foi redobrada. Um dos possíveis alvos gaúchos, a estância Peñarol, referência na criação de cavalos da raça crioula, fica a sete quilômetros da campana uruguaia.
Outros ruralistas gaúchos reforçaram a vigília em sete pontos próximos a assentamentos com o apoio da Brigada Militar. Em Aceguá, 244 famílias de ex-sem-terra vivem em 11 áreas. Em Hulha Negra, são 927 famílias estão distribuídas em 26 assentamentos. O acampamento do MST mais próximo da região é em São Gabriel.
A patrulha gaúcha tem a missão de verificar mais de 1,5 mil metros quadrados pelo interior de Aceguá. O município tem com Bagé, Hulha Negra, Candiota e com o Uruguai.
Abril vermelho
O confronto entre os sem-terra e a Polícia Militar deixou 19 agricultores mortos. O conflito começou quando a polícia tentou retirar da rodovia sem-terra acampados em protesto contra a demora na demarcação de terras.
(Zero Hora, 08/04/2009)