O número de mortos no terremoto que atingiu a região central da Itália no final da noite de domingo subiu para 272, dos quais seis ainda não foram identificados, informou há pouco a Guarda de Finanças da cidade de L'Aquila, cujas instalações estão servindo como necrotério.
Estes dados atualizam o balanço oficial de 260 vítimas divulgado mais cedo hoje pelo primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi -que também disse que há 16 crianças entre os mortos- e uma contagem posterior, que já apontava 267 cadáveres.
Em entrevista coletiva concedida em L'Aquila, uma das cidades mais atingidas pelo terremoto e para onde viajou pelo terceiro dia seguido, Berlusconi disse então que, dos 260 mortos registrados até aquele momento, nove corpos ainda precisavam ser identificados.
O terremoto de 5,8 graus na escala Richter que atingiu a região de Abruzzo na noite de domingo vem registrando réplicas de considerável intensidade. A última ocorreu ontem, atingindo 5,3 graus e tendo sido sentida inclusive em Roma.
Os novos tremores mantêm em alerta as 28 mil pessoas que, segundo Berlusconi, estão sem casa por causa dos terremotos. Cerca de 10 mil destes desalojados foram encaminhados pelas autoridades italianas para mais de 150 hotéis próximos à região afetada.
Boa parte dos evacuados teve que passar as últimas noites nos 31 acampamentos montados na área atingida pelo terremoto, em casas de parentes e amigos de locais não afetados ou até mesmo dentro de seus carros.
O primeiro-ministro da Itália, que disse não ter dormido nos últimos dois dias, definiu a situação dos evacuados como o "grande problema" enfrentado pelas autoridades que trabalham na zona. São mais de dois mil bombeiros, 1.500 militares, dois mil membros das forças da ordem e três mil voluntários.
Berlusconi falou sobre os possíveis saques que podem ocorrer em meio ao caos no qual ficou imersa a região de Abruzzo após o terremoto e prometeu a introdução de um "novo tipo de delito" na legislação italiana contra quem cometer esse tipo de crime, garantindo que "as penas serão muito duras".
Além disso, o primeiro-ministro anunciou a liberação de 16 milhões de euros para reconstruir imediatamente a Casa do Estudante de L'Aquila, entre cujos escombros foram encontrados ontem os corpos de quatro estudantes desaparecidos.
O chefe do Governo italiano também comunicou que 140 detentos dos presídios da região de Abruzzo foram transferidos na noite de ontem para penitenciárias de outros pontos do país.
Berlusconi lembrou que o funeral de Estado em memória dos mortos pelo terremoto ocorrerá na próxima sexta-feira às 11h locais (6h de Brasília).
(Efe /
UOL, 08/04/2009)