Mais de cem pessoas foram retiradas com vida dos escombros de prédios destruídos pelo terremoto que atingiu a cidade de Áquila, a 95 quilômetros de Roma, na madrugada de segunda-feira.
A defesa civil italiana afirma que 179 pessoas morreram e 33 ainda estão desaparecidas. O número oficial de desabrigados é de 17 mil, entre a cidade de Áquila e os 26 municípios vizinhos afetados pelo abalo sísmico.
As equipes de resgate, formadas por bombeiros e voluntários, trabalharam a noite toda, apesar do frio e da chuva forte. Pelo menos 5 mil pessoas trabalham na operação de resgate. Tremores de terra secundários, de menor intensidade, continuam sendo registrados na região.
O caso da estudante Marta, de 24 anos, tirada dos escombros 23 horas depois do terremoto, comoveu os italianos. Os bombeiros encontraram Marta deitada na cama, imobilizada, presa sob os escombros do prédio de quatro andares onde morava, no centro de Áquila. Ao lado de seu corpo havia uma trave de concreto, que tinha caído do teto e serviu como escudo, protegendo a moça durante o desabamento. Marta foi retirada depois de cinco horas de escavações, às 2h00 da madrugada (21h00, hora de Brasília), sob os aplausos emocionados de parentes e amigos que aguardavam aflitos. "Foi um resgate muito difícil porque havia traves prestes a cair muito perto dela e precisava ter cuidado para não provocar mais desabamentos", disse um dos bombeiros que trabalharam no resgate.
Áquila é uma cidade universitária e recebe estudantes de diversas regiões italianas, que se mudam para lá para cursar a faculdade. Muitos deles viviam na "Casa do Estudante", um prédio de quatro andares no centro da cidade, que desabou com o terremoto. O prefeito de Áquila, Massimo Cialente, afirmou que cinco pessoas devem estar sob os destroços da "Casa do Estudante". Parentes e amigos aguardam as operações de busca perto do prédio, com esperança de encontrá-lo vivos.
A defesa civil improvisou um acampamento nos arredores da cidade para atender os desabrigados. Voluntários estão distribuindo cobertores, comida e água, mas a ajuda não é suficiente para atender a todos que necessitam.
Muita gente que teve que abandonar suas casas foi obrigada a dormir nos carros pois não havia tendas para todos. Durante a noite fez muito frio e a chuva persistente aumentou o desconforto.
(BBC,
UOL, 07/04/2009)