Três caminhões-tanque trabalham todos os dias no transporte de 70 mil litros de água para o interior de Barão de Cotegipe, no Alto Uruguai. Somente no final de semana, foram levados 88 mil litros. As linhas Gramado, Pinhal, Vawruch, Monte Alegre, Linha 5, Bonita e São Roque são as que mais sofrem. Na linha Pinhal, onde há grandes criações de suínos, aves e gado de leite, o problema é preocupante. A água é retirada de poços artesianos da Corsan e de uma ervateira com abastecimento próprio.
Segundo o secretário de Agricultura, Meio Ambiente e Fomento Econômico, Valdecir Balestrin, o município está vivendo uma 'seca verde', com chuvas localizadas e fracas que mantêm as pastagens verdes enquanto rios, sangas e vertentes estão secando.
Balestrin faz um apelo para que a população procure racionalizar o consumo de água. Na cidade, onde o abastecimento ainda é normal, residem 1,6 mil famílias, mas há risco de racionamento se não chover. A cidade consome 740 mil litros de água por dia. No interior, onde residem 900 famílias, o problema é mais grave. O município produz 5 milhões de aves por ano e 70 mil suínos, além de 15 milhões de litros de leite. 'No leite, já há uma quebra de 35%', diz Balestrin. A soja está antecipada em sua maturação.
O município está em situação de emergência desde o início do ano. Em Alecrim, no Noroeste, a prefeitura ampliou o abastecimento de água em comunidades do interior. A cidade está em seu segundo decreto de situação de emergência consecutivo, desde o dia 5 de janeiro, devido à estiagem. Segundo o secretário Municipal de Desenvolvimento Rural, Marivando Lena Lamberti, até a semana passada eram distribuídos 45 mil litros de água para as comunidades atingidas pela seca. Desde ontem, são 60 mil litros distribuídos por dia – sendo 50 mil para consumo humano e 10 mil para os animais.
(Correio do Povo, 07/04/2009)