Os índios Enawene-Nawe, que vivem no vale do rio Juruena, no MT, e que eram contrários à construção de hidrelétricas em seus rios, e por isso tinham invadido um canteiro de obras que fazia uma Pequena Central Hidrelétrica no seu rio e destruído 11 caminhões-caçamba e todo o acampamento, acabaram sucumbindo. Na sexta-feira (03/04), entraram em acordo com a empresa construtora. Com eles assinaram os índios Rikbatsa, Nambiquara, Mynky e Pareci, que já tinham acertado sua participação.
Esses cinco povos indígenas vão receber R$ 6 milhões para que oito PCHs sejam feitas em seus rios, porém não dentro de seus territórios. Acho que se convenceram de que nada de ruim vai afetar seus rios. Os peixes vão continuar a subir os rios para desovar e eles continuarão pescando à vontade.
Difícil é dizer como eles fizeram esse acordo e com que intermediação. Difícil é pensar que o Ministério Público estava contra e tinha bons argumentos para ajudar os Enawene-Nawe a protestar contra essas construções. Será que é a vitória da cooptação ou a vitória da racionalidade capitalista?
KatoombaNa reunião chamada Katoomba 2009, realizada em Cuiabá, com a presença dos governadores da Amazônia e do ministro Carlos Minc, algumas lideranças indígenas também estiveram presentes, inclusive Almir Suruí, do povo Suruí, de Rondônia. Almir, que está com um pé atrás a respeito da intermediação de Ongs ambientalistas que estão buscando as empresas poluidoras para entrar nos programas de Prestação de Serviços Ambientais, exigiu participação direta dos índios.
Almir Suruí, assim como as demais Ongs ambientalistas, se intitulam "guardiões da floresta" e querem compensação por isso. A questão de compensação por serviços ambientais está na ordem do dia. Estão todos alvoroçados em conseguir que os índios assinem papeis favoráveis a negociações. O MMA e a Funai se comprometeram por acordo a entrar nesse negócio.
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Blog do Mércio, 06/04/2009)