Ao invés de água e peixes, pedras e folhas. Essa é a imagem do lajeado Filisbino, em Tenente Portela, na região Celeiro, após a longa estiagem. Quadro semelhante estão enfrentando vários municípios da região e do Médio Uruguai, onde há três meses não chove o suficiente para garantir a vazão de rios, córregos, fontes naturais e açudes.
'O lajeado Filisbino nunca secou, e a gente pescava lambaris e jundiás. Agora, vemos com tristeza a água sumir', relata o morador Aires Pinheiro. Ontem choveu entre 4 e 15 milímetros na região, mas as precipitações serviram só para garantir umidade ao solo, sem contribuir para a recuperação da vazão dos rios.
Aproximadamente 3 mil famílias do interior dos municípios do Médio Uruguai já são abastecidas com água transportada por equipes das prefeituras. Com o passar dos dias e a situação se agravando, os moradores estão temerosos de não garantir água para os animais.
Prefeitos têm encontro hoje, às 14h, em Porto Alegre, com a governadora Yeda Crusius. O presidente da Associação dos Municípios da Região Celeiro (Amuceleiro), prefeito de Vista Gaúcha, Claucemir Locatelli, disse que o Estado precisa ajudar os municípios. As reivindicações serão de abertura de poços artesianos e açudes e definição de um programa de auxílio aos agricultores.
(Correio do Povo, 06/04/2009)