Regra vale, sobretudo, a quem viajar a uma das 182 cidades da área de risco
Mais de 2,5 milhões de doses da vacina contra a febre amarela já foram distribuídas no Rio Grande do Sul. 'É preciso que a população faça a vacinação preventiva', salientou o diretor do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Francisco Paz. Segundo ele, a mesma regra vale para quem decidir viajar para uma das 182 cidades gaúchas que figuram na área de risco ou acampar junto a matas, na beira de rios ou em zonas rurais.
'Não podem deixar de tomar a vacina, pois o risco de contrair a doença é muito maior do que a possibilidade de um efeito colateral decorrente de uma reação à imunização', enfatizou. Paz afirmou que, entre novembro de 2008 e março de 2009, houve 21 notificações de casos suspeitos de febre amarela silvestre. Desses, 13 casos foram confirmados e seis foram fatais (letalidade de 46,2%). Outros cinco casos permanecem em investigação e três foram descartados.
'Os trabalhos de Vigilância Epidemiológica e Ambiental foram intensificados nas regiões adjacentes ao 182 municípios onde a vacinação é obrigatória', frisou. Paz desaconselha pessoas ainda não imunizadas a viajarem às cidades que figuram na área de risco no feriadão da Páscoa. A precaução deve-se à necessidade mínima de uma janela de dez dias entre a imunização e a viagem. 'É melhor não arriscar', explicou.
Ontem, pessoas formavam fila no Centro de Saúde Modelo, em Porto Alegre, à espera da imunização. 'O caso é sério e não dá para brincarmos com a sorte', ressaltou o porteiro Ângelo Arpino, que pretendia imunizar o filho Derick, de 4 anos. 'Achei que era gotinha', comentou o menino, acompanhado também da mãe, Cecília Amaro dos Santos.
No Centro de Saúde Modelo um alerta foi afixado no guichê de atendimento vetando a imunização em pessoas que tomam mais de 20 miligramas de corticoide, alérgicas à clara do ovo, imunodeprimidas e portadoras de doenças que necessitam de hemodiálise. A vacina produz poucos efeitos adversos. É usada há mais de 60 anos e são raros os efeitos colaterais graves (como mortes). 'Houve só duas mortes por reação à vacina no RS', disse. Em torno de 5% das pessoas podem desenvolver, no período de cinco a dez dias após a vacinação, sintomas como febre, dor de cabeça e muscular, sendo infrequente a ocorrência de reações no local de aplicação. Reações de hipersensibilidade são raras e geralmente atribuídas às proteínas do ovo contidas na vacina.
(Zero Hora, 03/04/2009)