A cúpula do G20 em Londres frustrou na quinta-feira os grupos ambientalistas que se queixaram do caráter vago do compromisso dos líderes mundiais no combate ao aquecimento global.
Os participantes da cúpula reafirmaram um compromisso anterior de assinar ainda neste ano um novo tratado climático da ONU, algo que o chefe de questões climáticas da entidade global, Yvo de Boer, disse ser útil, embora ele ache que o ideal fosse a adoção de ações concretas.
O objetivo principal da cúpula é buscar saídas para a crise global, o que resultou na promessa de um pacote de 1 trilhão de dólares para salvar a economia mundial e estimular a confiança dos consumidores e empresários.
A respeito das questões ambientais, os líderes reafirmaram um compromisso de 15 meses atrás, relativo à aprovação de um novo tratado que substitua o Protocolo de Kyoto, e resolveram "acelerar a transição" para um modelo econômico de baixa emissão de carbono.
"Ao mobilizar as economias do mundo para reagirem à recessão, estamos resolvidos a ... promover um crescimento com baixo carbono e criar empregos 'verdes', dos quais depende a nossa prosperidade futura", disse o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, na qualidade de anfitrião do encontro.
"Estamos comprometidos a ... trabalharmos juntos para buscar um acordo sobre um regime de mudança climática pós-2012 na conferência da ONU em Copenhague, em dezembro."
Ambientalistas desejavam sinais mais firmes na direção de uma economia mais enxuta, alimentada à base de energia solar e eólica, de modo a evitar uma futura crise climática e uma escassez energética com efeitos ainda piores que os da crise financeira.
"Para fazer a transição para uma economia 'verde' não há dinheiro sobre a mesa, apenas vagas aspirações", disse o diretor-executivo da ONG Greenpeace, John Sauven.
De Boer, da ONU, disse à Reuters que "é sempre útil reiterar o compromisso, melhor (seria) realmente fazê-lo." Ainda assim, qualificou como "bom" o resultado da cúpula. "Este é um bom exemplo das grandes economias do mundo se unindo e desenvolvendo uma compreensão comum."
A cúpula não se destinava a assumir metas para os gastos com o meio ambiente, estimados em até 15 por cento dos atuais planos de recuperação - mas que, segundo os analistas ligados ao setor, deveriam representar 20-50 por cento do total.
(Por Gerard Wynn e Alister Doyle,
Reuters, 02/04/2009)