O Programa Cultivando Água Boa, da Itaipu Binacional, apresentado pelo diretor de Coordenação e Meio Ambiente da empresa, Nelson Friedrich, foi a última palestra do seminário “O futuro da água em Santa Catarina”, que lotou o Plenarinho Paulo Stuart Wright, ontem e hoje.
O aquecimento global e suas razões foram o assunto inicial da palestra. Segundo Nelson, o planeta está enfermo. “A destruição da camada de ozônio, o esgotamento das reservas naturais e a poluição são grandes fatores do aquecimento global. E a água é uma face dessa crise que estamos vivendo”. Ele ainda afirmou que a consequência mais grave do aquecimento global é que, se nada for feito até o final do século, 50% da população mundial enfrentará drástica falta de alimentos. “E onde a água entra nisso? Essa mudança climática reduzirá a umidade do solo, o que enfraquecerá a produção agrícola”, completou.
Após a introdução, Nelson apresentou o projeto desenvolvido pela Itaipu desde 2003 com 18 programas, 70 projetos e 108 ações de responsabilidade socioambiental. O objetivo é garantir a qualidade da água que forma o Lago de Itaipu e gera energia elétrica para o Brasil e para o Paraguai. O programa Cultivando Água Boa (COB) é desenvolvido em toda a região da Bacia do Paraná III. As ações do programa envolvem parcerias institucionais, não governamentais, com setores dos movimentos sociais, agricultores, pescadores, catadores, suinocultores, assentados, indígenas e instituições de ensino e pesquisa.
De acordo com ele, o programa é desenvolvido nos 8.300 quilômetros quadrados da bacia, atingindo mais de um milhão de habitantes dos 29 municípios envolvidos. “Primeiro fizemos um diagnóstico da bacia e depois partimos para uma missão: compartilhar, articular, somar esforços e dividir responsabilidades. O legal é que cada microbacia tem seu programa desenvolvido. Eles sabem o que enfrentam e o que farão”, disse. O COB, que tem três grandes eixos: água e solo, biodiversidade e educação ambiental, envolve parceiros locais, dentro do conceito de corresponsabilidade. “O Cultivando Água Boa é a construção de um novo jeito de ser, de viver e de consumir, dentro de uma visão holística de mundo”, completou.
No primeiro eixo, o objetivo é eliminar os pontos de poluição, especialmente os efluentes das atividades produtivas, como as pecuárias bovinas e suínas, a criação de aves, a produção de peixes e a agroindústria, além da contaminação resultante da presença humana (lixo e esgoto).
Já o eixo da biodiversidade abrange projetos voltados à preservação da fauna e da flora, como o Canal da Piracema, os Corredores de Biodiversidade, o monitoramento de espécies ameaçadas de extinção e de áreas protegidas, e também as ações desenvolvidas no Refúgio Biológico Bela Vista, que abriga um dos mais bem equipados hospitais veterinários do país. O eixo da educação ambiental é transversal, permeia todas as ações da Itaipu voltadas ao meio ambiente.
O coordenador defendeu a tese que toda a empresa tem que desenvolver um planejamento estratégico de responsabilidade ambiental. “Temos mais de dois mil parceiros nessa luta. É muito bom ver as pessoas fazendo a Agenda 21 do seu bairro. É por aí que se começa a salvar o mundo. Quem ama, cuida!”, finalizou.
(Por Graziela May Pereira,
Alesc, 02/04/2009)