A Justiça Federal condenou o ex-agente da Polícia Federal Marcos Aurélio Soares Bonfim a 13 anos e seis meses de prisão em regime fechado pelos crimes de corrupção ativa, contrabando, formação de quadrilha e crime contra a ordem econômica.
Bonfim foi denunciado pelo Ministério Público Federal de Rondônia como um dos líderes de um grupo criminoso que contrabandeava diamantes da Reserva Indígena Roosevelt, habitada pela etnia cinta-larga, ao sul de Rondônia e parte do Mato Grosso.
Durante as investigações da Operação Kimberly, deflagrada em março de 2004, descobriu-se que Bonfim liderava a organização criminosa com ramificações em São Paulo e Rondônia. Composto por 20 pessoas, também participavam do grupo servidores públicos federais da Fundação Nacional do Índio, policiais civis, empresários, advogados e índios.
A Operação Kimberly cumpriu mandados de prisões temporárias, busca e apreensão. À época, foram apreendidas mais de cem pedras de diamante extraídas ilegalmente e que seriam contrabandeadas para Israel.
A ação da Polícia Federal baseou-se em investigações prévias a partir de interceptação telefônica. Além dos diálogos gravados, o inquérito policial relatou que Marcos Aurélio Soares Bonfim morou durante um ano em Espigão D’Oeste, cidade onde está localizada a Reserva Indígena Roosevelt. Ele chegou a constituir uma empresa de mineração denominada Arco Iris Ltda.
Velho conflitoHá cinco anos, 29 pessoas foram assassinadas no interior do garimpo ilegal da Terra Indígena Roosevelt, atacadas pelos índios em defesa de suas terras. O conflito se arrasta há alguns anos envolvendo índios cinta-larga e garimpeiros.
Há dois anos, uma patrulheira da Polícia Rodoviária Federal foi flagrada com mais de 100 diamantes nas roupas e no absorvente higiênico. Após ser encaminhada da delegacia de polícia para um hospital de Pimenta Bueno (RO), um raio X constatou a existência de mais 40 pedras no estômago dela. A policial permaneceu observação até expelir os diamantes.
(
Amazonia.org, 02/04/2009)