O ministro Carlos Minc anunciou nesta quarta-feira, durante a solenidade de lançamento do livro "Antártica - Bem Comum da Humanidade", que será lançado no próximo mês de julho o novo Inventário Brasileiro de Emissões, que identifica e quantifica as emissões de gases de efeito estufa pelas diferentes fontes de emissão - veículos, usinas termoelétricas, indústrias, queimadas, gado etc. - e regiões do país. Com base de dados atualizadas, ele vai substituir o último inventário produzido pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, que usa informações de 1994.
"São informações fundamentais para embasar as nossas políticas públicas e a proposta que o Brasil levará para a Conferência do Clima de Copenhague, no final do ano. Estamos trabalhando com dados muito defasados, que podem gerar distorções", afirmou.
Minc ainda informou os participantes da solenidade - estudiosos e cientistas que vão integrar o Instituto Antártico de Pesquisas Ambientais, que também foi instituído hoje - que o MMA e Ministério de Ciência e Tecnologia instalarão, no próximo dia 17, o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, que o ministro definiu como "um IPCC-Brasil".
Ele vai reunir mais de uma centena de cientistas para produzir, até 2012, um relatório que será referendado pelo governo brasileiro e adotado para orientar decisões e políticas públicas. Uma das primeiras aplicações do Painel será a revisão do Plano Nacional de Mudanças Climáticas.
Foi a partir da Antártica, onde foi visto o primeiro buraco na camada de ozônio de protege a terra, que o mundo tomou conhecimento dos riscos que a emissão descontrolada de gases de efeito estufa representavam para o planeta. Por isso o ministro defendeu o fortalecimento da Programa Antártico Brasileiro e elogiou o empenho de cientistas como Rubens Junqueira Vilela - o primeiro brasileiro a pisar no Continente Antártico, em 1961, e hoje participa do Instituto Antártico de Pesquisas Ambientais - e da Tânia Bito, autora, editora e programadora visual do livro que estava sendo lançado.
"É um livro lindo, que mostra a beleza e a leveza daquele continente branco, mas é um livro assustador, que mostra que formas de vida estão seriamente ameaçadas e geleiras derretendo num ritmo maior do que se pensava. Isso nos coloca uma série de responsabilidades. O Brasil vai "entrar de cabeça" na discussão do clima. Não seremos passivos, seremos protagonistas entre os países desenvolvidos e emergentes", garantiu.
Com uma tiragem limitada, o livro "Antártica - Bem Comum da Humanidade" será inicialmente distribuídos entre estudiosos do assunto. Uma segunda tiragem, que já está sendo negociada com o Ministério da Educação, será destinada às bibliotecas das escolas públicas.
(Por Lucia Leão,
MMA, 01/04/2009)