Interrupção no fornecimento de gás argentino foi a causa da paradaDepois de quase um ano sem produzir energia, a AES Uruguaiana anunciou ontem a suspensão das atividades da termelétrica instalada no município. Foram demitidos 28 dos 57 funcionários da usina.
Omotivo da paralisação foi a interrupção no fornecimento de gás natural por parte da espanhola Repsol YPF. A negociação do fornecimento foi firmada em acordo entre Argentina e Brasil. Desde 2004, quando começaram a intensificar-se os problemas energéticos no país vizinho, a Repsol YPF não cumpre efetivamente o contrato.
Em maio passado, o fornecimento parou por completo. O governo tenta um novo acordo com a Argentina, para restabelecimento do gás natural mas, até agora, não obteve sucesso.
A usina tem capacidade instalada de 640 megawatts, que corresponde a 20% da energia gerada no Estado.
Mesmo com o fornecimento de gás inconstante, a termelétrica cumpriu contratos de fornecimento com as distribuidoras, comprando energia no mercado para abastecê-las. A empresa calcula que, nos últimos dois anos, o prejuízo tenha superado R$ 1 bilhão.
– Estávamos comprando energia para repassar às distribuidoras por um preço acima do que havíamos vendido na ocasião dos contratos. O prejuízo é grande – diz o vice-presidente da AES Brasil, Jorge Busato.
Ainda assim, reiterou que aguarda resultados das negociações entre os dois governos e identifica como real a possibilidade da usina voltar a operar:
– Não queremos tirar a térmica de Uruguaiana porque custaria quase tanto quanto gastamos para construí-la na cidade.
A empresa americana informa que, desde 2000, investiu US$ 400 milhões na construção e implantação da usina.
(Zero Hora, 02/04/2009)