Março foi o menos chuvoso, em 40 anos, e provoca racionamentoA falta de água ameaça a maior cidade de Oeste do Estado. O fornecimento estabelecido pela Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) está restrito a 12 horas por dia, em forma de rodízio. A medida foi tomada na noite de segunda-feira (30/03). A barragem de Engenho Braun, no Lajeado São José, está 2,5 metros abaixo do nível normal. De acordo com o gerente regional da Casan, Écio Bordignon, entre sexta-feira e ontem, o nível diminuiu 1,2 metro.
O motivo para a queda é a falta de chuva. A estação meteorológica da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri), fechou ontem a medição do mês que registrou somente 17,1 milímetros. Isso representa apenas 13,7% da média histórica, que é de 124 milímetros no mês de março.
– É o menor volume registrado nos meses de março em 40 anos – disse o observador meteorológico.
A medida se aproximou do menor índice de todos os meses, que foi em fevereiro de 2005, com apenas 8,2 milímetros. A população começou a sentir os efeitos do problema. O mecânico Paulo Sérgio Souza, no Bairro Presidente Médici, teve que pegar duas bombonas de 20 litros cada e ir buscar água num posto de combustível.
– Fiz quatro viagens – contou ele, que conseguiu 160 litros.
A água serviu para beber, fazer comida e lavar roupa. A torneira secou no fim da tarde de segunda-feira e só voltou o normal na tarde de ontem. Souza disse que o problema vem ocorrendo, com frequência, nas últimas semanas.
Um fator que agravou a situação é que a Casan não pode mais utilizar o reforço da barragem do Rio Tigre, no município de Guatambu. Em períodos de estiagem, o reforço, que era de 200 litros por segundo, era acionado. Isso representava metade do consumo de Chapecó, que é de 424 litros por segundo. Sem esse reforço, somente 380 litros por segundo estão sendo fornecidos para a população.
A recomendação da Casan é que a população evite molhar plantas, lavar carros e calçadas. Bordignon disse que o Lajeado São José não apresenta mais o vigor de anos anteriores.
(Por Darci Debona,
Diário Catarinense, 01/04/2009)