A substituição de 4 mil megawatts (MW) de energia produzida por usinas térmicas ao longo de dez anos pela mesma quantidade de energia eólica (energia dos ventos) pode resultar em um valor médio da energia de R$ 17,00 por megawatt/hora (MWh), em vez de R$ 60,00 por MWh previstos pelo governo no Plano Decenal de Energia Elétrica.
A projeção da empresa PSR Consultoria foi apresentada nesta terça (31/03) em um fórum promovido pela Associação Brasileira de Concessionárias de Energia Elétrica (ABCE), na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). “A diferença de custo entre uma opção eólica e uma opção térmica convencional, do tipo gás natural, mostra que o preço da energia diminui violentamente”, disse à Agência Brasil o diretor da PSR, Jorge Trinkenreich.
Para o diretor da PSR, a utilização da energia eólica, não poluente, pode gerar algum crédito de carbono, destacando que “o custo de R$ 17,00 pode passar a ser zero”. O executivo afirmou ainda que a produção de energia eólica oferece a vantagem de poder coincidir com o período de seca dos reservatórios das hidrelétricas.
“Em um sistema como o nosso, que é hidrelétrico, e que tem cada vez mais dificuldade de expandir os reservatórios devido à poluição ambiental, ela [energia eólica] funciona como um reservatório virtual. Ou seja, na hora em que eu tenho uma situação de seca no reservatório, ela estaria gerando nos lugares onde há mais vento. Nos períodos mais úmidos do ano, eu tenho menos vento. Então, ela é quase complementar ao regime dos rios”, explicou.
O Plano Decenal de Energia Elétrica cobre o período de 2008/2017 e prevê investimentos de R$ 142 bilhões em geração de energia e significará a adição de 63.935 MW de capacidade instalada na matriz energética nacional no período, sendo 20.882 MW oriundos de projetos termelétricos. Cerca de 10.000 MW de energia térmica já estão contratados.
(Por Alana Gandra,
Agência Brasil, 31/03/2009)