A Assembleia Legislativa de Santa Catarina chegou nesta terça (31/03) ao mais próximo do que se pode chamar de "casa do povo". O prédio, na área central de Florianópolis, ficou pequeno para tal número de pessoas e tamanha curiosidade a respeito do futuro do meio ambiente e da produção agrícola em Santa Catarina. No plenário, a determinação ao coordenador da segurança, major Renato José de Souza, foi de dar cem lugares para os "a favor" e outros cem para "os contra".
Além de todos os 45 policiais que trabalham na Assembleia serem chamados, outros 16 vieram como reforço. O Corpo de Bombeiros disponibilizou uma ambulância e quatro homens. Nas galerias, pessoas iam e vinham em busca do lugar ideal para acompanhar a votação.
Na Praça Tancredo Neves, em frente à Assembleia, a sombra dos toldos montados desde o início da manhã contribuiu para amenizar o calor. As cadeiras estavam ocupadas, e teve até quem levou a sua própria, de casa, para não ficar o dia todo em pé.
Donos de bares registram vendas acima do normalA água foi indispensável, assim como a refeição do meio-dia, com pão, salsicha e frutas oferecida aos agricultores. Houve quem fez churrasco. Na praça, os agricultores que não conseguiram sentar nas cadeiras foram para a sombra das árvores, ouvindo, mesmo de longe, as argumentações dos parlamentares sobre o projeto.
Danilo e Cledi Burim, donos de um bar em frente à Assembleia, viram em raras oportunidades uma movimentação tão grande no local. Apesar do trabalho intenso, o dia diferente valeu pelas vendas.
- Tivemos que repor três vezes a mercadoria da geladeira - comentou Cledi.
Os agricultores partiram cedo de casa para acompanhar a votação. Natalino Zappe saiu às 23h de segunda-feira de Vargeão, no Meio-Oeste, para chegar por volta das 8h à Capital. Ele considerou importante a mobilização pelo código, já que acredita que as condições de sobrevivência no campo podem melhorar com as novas regras.
Os aplausos de milhares de pessoas dentro e fora do plenário para a maioria dos parlamentares - a favor da aprovação - abafaram as vaias de um grupo pequeno, contrário ao código, que foi à ao plenário com faixas, cartazes e narizes de palhaços.
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Diário Catarinense, 01/04/2009)