As áreas degradadas estão em expansão em todo o mundo e isto é uma séria ameaça à segurança alimentar. De acordo com a FAO, em razão do declínio a longo prazo na função e na produtividade de um ecossistema, a degradação do solo está aumentando em gravidade e extensão, afetando mais de 20% das terras agrícolas, 30% das florestas e 10% dos pastos. Um novo estudo [Proxy global assessment of land degradation], publicado na edição online da revista Soil Use and Management confirma as informações da FAO e estima que 24% da população mundial vive no entorno de áreas degradadas e depende diretamente da sua capacidade de produção.
O estudo, através de imagens captadas por sensoriamento remoto, estimou o declínio da qualidade dos solos, da água e da vegetação, para estimar a extensão e o impacto da degradação do solo. Os resultados indicam que a situação atual é ainda pior do que o estimado oficialmente pela FAO, no estudo “Avaliação da Degradação do Solo em Zonas Áridas” (LADA, em inglês).
A África, o sudoeste da Ásia e o sul da China são as áreas mais afetadas, sendo que a pior situação está na África, na qual, alguns países, já estão com 50% de seu território coberto por áreas degradadas . É o caso do Congo, Zaire, Guiné Equatorial, Serra Leoa, Zambia e Swazilandia, com 95% de seu territorio degradado. No sudoeste da Ásia, os paises mais afetados Myanmar, Malásia, Tailândia, Laos, Coréia e Indonésia. Em termos de população rural afetada os maiores números absolutos estão China, Índia, Indonésia, Bangladesh e o Brasil.
O ranking por país por população rural afetada com a degradação dos solos é:
1- China (457 milhões de pessoas)
2 – Índia (177 milhões de pessoas)
3 – Indonésia (86 milhões)
4 – Bangladesh (72 milhões)
5 – Brasil (46 milhões)
O aumento populacional e a expansão das áreas degradadas são incompatíveis, indicando que, nas próximas décadas, a ameaça de seguidas crises alimentares torna-se mais provável. No caso da Índia, Indonésia, Bangladesh e Brasil, o desmatamento e o avanço da fronteira agropecuária sobre áreas de florestas está, claramente, associado à expansão das áreas degradadas. E, nestes países, ainda não existem programas oficiais de recuperação da capacidade produtiva destas áreas.
O estudo “Proxy global assessment of land degradation“, publicado na Soil Use and Management, está disponivel para acesso integral no formato HTML. Para acessar o artigo clique
aqui.
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Henrique Cortez Weblog, 30/03/2009)