Pesquisas cientificas vêm, crescentemente, demonstrando a contaminação dos recursos hídricos e de alimentos por compostos químicos, agrotóxicos, hormônios sintéticos, etc. Os niveis autuais já são alarmentes e, aparentemente, tendem ao crescimento.
Uma nova pesquisa [Occurrence of pharmaceuticals and personal care products (PPCPs) in fish: Results of a national pilot study in the U.S], publicada na edição online da revista Environmental Toxicology and Chemistry, testou a presença de medicamentos em peixes de algumas das maiores cidades dos EUA, confirmando que eles eram um coquetel de produtos farmacêuticos.
Os pesquisadores testaram peixes capturados na região das cidades Phoenix, Dallas, Chicago, Philadelphia e Orlando, usando como comparação os peixes capturados na reserva natural de Gila River, no Novo México, uma área preservada e isolada da potencial contaminação de grandes centros urbanos ou industriais.
A pesquisa, financiada pela agência de proteção ambiental dos EUA (EPA) encontrou resíduos de medicamentos de controle de colesterol, de controle de hipertensão, contra alergias e medicamentos psiquiátricos, receitados para transtorno bipolar e depressão.
E isto, ao longo prazo, pode ser uma ameaça à saúde, tal como já se discute pela utilização de antibióticos na produção de carne. Cabe destacar que a contaminação química que potencialmente tenha efeitos adversos na saúde ocorre, em geral, por bioacumulação, exigindo uma exposição intensa e continuada. E este é o risco quando falamos da contiminação de alimentos.
Na matéria “Estudo relaciona medicamentos vendidos na Suécia com sérios danos ambientais na Índia”, discutimos a contaminação de recursos hídrico na Índia pelas águas residuais da industria farmacêutica. Esta nova pesquisa confirma as informações da matéria “Água consumida por 41 milhões de norte-americanos está contaminada com medicamentos“.
Dentre os diversos riscos à saúde, podemos destacar a resistência aos medicamentos, o que exige doses cada vez maiores e a hiperdosagem, quando a pessoa utiliza um medicamento prescrito e, ao mesmo tempo, ingere doses residuais deste medicamento através dos alimentos.
O artigo “Occurrence of pharmaceuticals and personal care products (PPCPs) in fish: Results of a national pilot study in the U.S“, apenas está disponível para assinantes da revista Environmental Toxicology and Chemistry.
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Henrique Cortez Weblog, 29/03/2009)