O levantamento e a demarcação de áreas de preservação permanente em Ijuí vêm sendo defendidos por ambientalistas como o marco para a elaboração do Plano de Desenvolvimento Socioambiental. O chamado 'mapa verde' integra o conjunto de discussões em andamento desde o ano passado no programa Agenda 21 Municipal, que tem sequência em 2009 com reuniões mensais. Para o presidente da Associação Ijuiense de Proteção ao Ambiente Natural (Aipan), Diego Coimbra, o estudo será um instrumento eficaz inclusive para conter o interesse imobiliário.
A área da antiga pedreira, localizada no bairro Pindorama, de propriedade particular, simboliza o sonho dos ambientalistas por ações efetivas de transformação de um quadro de crescente degradação. 'Pensamos em transformar a Pedreira em área emblemática para um novo modelo de política ambiental', aponta Coimbra. Conforme a bióloga Francesca Werner, professora na Unijuí, a área concentra problemas ambientais como ocupação desordenada e lançamento de esgoto e lixo. Por muito tempo, a pedreira recebia, entre outros detritos, até mesmo lixo industrial, embora placas indiquem a proibição.
Sábado pela manhã, foi realizado um roteiro que fez parte do projeto É o fim da picada, desenvolvido pela Aipan desde 2007. De acordo com Diego Coimbra, são realizadas atividades de observação em locais que caracterizem problemas ambientais. Nesta 15ª edição do programa, os associados da Aipan, simpatizantes e professores de escolas municipais que desenvolvem ações de meio ambiente, participaram do roteiro que teve como foco o arroio Espinho, que atravessa toda a área urbana de Ijuí.
O roteiro foi iniciado na nascente do arroio, localizada nas proximidades do entroncamento da BR 285 com a RS 342, em um dos principais acesso à cidade. A nascente está em área particular, mas bem próximo situam-se aviário e um posto de combustível. 'As áreas de nascentes estão sendo mapeadas', observa o ambientalista, lembrando que no ano passado um documento enviado pela Aipan ao poder público já defendia tal estudo. Nos locais visitados pelo grupo, percorrendo o trajeto do arroio em meio aos bairros Thomé de Souza, Lulu Ilgenfritz e Pindorama, foram encontrados muitos sinais de poluição, como pneus acumulados. A visitação terminou na área da pedreira, onde também foi encontrado lixo.
A Aipan integra também um grupo formado pela Secretaria de Meio Ambiente para elaborar projeto de recuperação de área de mata ciliar. A primeira reunião foi na última quinta-feira e um novo encontro está marcado para o dia 9 de abril. A proposta inicial é que sejam recuperados 400 hectares. O secretário de Meio Ambiente, Osório Lucchese, estima um gasto entre R$ 6,00 e R$ 10,00 mil para plantio, conservação, monitoramento e manutenção da área no período de 30 anos.
(Correio do Povo, 30/03/2009)