A capital gaúcha ou pelo menos os símbolos da cidade, como a Estátua do Laçador e a Usina do Gasômetro, ficaram às escuras por uma hora na noite de sábado, entre as 20h30min e 21h30min. O Centro de Operações do Sistema da CEEE, que coordena e supervisiona o sistema de transmissão no Estado, apontou que a demanda no período foi de 4.100 MW. No mesmo intervalo, no sábado anterior, o consumo máximo foi de 4.221 MW no RS. Apesar da diferença, a CEEE informou que não houve nenhum comportamento anormal, mantendo-se a demanda dentro do estimado pelo sistema para o horário, de 4.200 MW. Por volta das 19h13min, chegou a 4.271 e depois baixou, movimento considerado normal.
O apagão integrou a campanha Hora do Planeta, iniciativa da WWF-Brasil contra o aquecimento global e aconteceu simultaneamente em diversas cidades do mundo. No Brasil, além de Porto Alegre e alguns municípios do RS, a campanha teve a adesão do Rio de Janeiro, de São Paulo e Brasília. No Rio, pontos turísticos tradicionais, como a orla de Copacabana, o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar ficaram às escuras.
Para o secretário do Meio Ambiente de Porto Alegre, Professor Garcia, a ideia foi chamar a atenção para as mudanças climáticas e seus efeitos. 'Porto Alegre não poderia ficar de fora. É uma ação coletiva que levará à reflexão sobre o aquecimento global', disse. Além dos monumentos, a Capital teve a adesão de algumas empresas, hotéis, restaurantes e da população em geral em suas residências. Restaurantes de um shopping da cidade, na zona Sul, integraram a ação e, no horário previsto, apagaram as luzes e acenderam velas para iluminar o ambiente e manter os serviços. Para o diretor de restaurante Gustavo Rocha, a ação foi uma maneira de contribuir, simbolicamente, contra o aquecimento global.
A campanha teve início em 2007, em Sidney, e já alcança mais 2,8 mil cidades em 84 países. A projeção da WWF é que, no país, 14 milhões de pessoas tenham participado da campanha, e, no mundo, um bilhão. Para os porto-alegrenses Rosilete Martins, Adriel Flor e Fernando Salgueiro, a iniciativa foi uma forma de o Brasil se unir em favor da natureza, 'que está pedindo socorro'.
(Correio do Povo, 30/03/2009)