Moradores do Norte da Ilha de Santa Catarina querem um novo endereçoNas margens do Rio Papaquara, em Canasvieiras, no Norte da Ilha, em Florianópolis, 43 famílias contam os dias para deixar a área insalubre, com esgoto a céu aberto e ao lado de lixo que sobra do material reciclável. Os casebres ameaçam desabar. A cada chuva o medo é que a água volte a inundar o pouco que cada morador conseguiu recuperar depois da enchente de novembro do ano passado, quando 158 pessoas, entre adultos e crianças, tiveram de deixar o local às pressas.
A tragédia do ano passado em Santa Catarina também deixou marcas na Grande Florianópolis. Embora a região não tenha sido palco de mortes, centenas de pessoas ficaram desabrigadas e houve quem também perdesse sua casa. Hoje não há mais desabrigados, mas dezenas de famílias continuam fora de casa, morando de favor em moradias de parentes ou amigos.
A Defesa Civil alerta que o ideal é que elas saiam das margens do rio o mais rápido possível.
– A situação nossa aqui é terrível. Todas as famílias querem sair, mas de concreto até agora ninguém fez nada pela gente – reclamou Luis Alberto Pereira Correia, 62 anos, presidente da Associação dos Moradores do Rio Papaquara (Amopa).
A maioria dos moradores está há cinco anos no local e sobrevive da coleta de material reciclável. O presidente da Amopa reconhece que o rio está sendo castigado pela poluição. As famílias desejam indenização de R$ 10 mil para a construção de cada nova moradia.
O secretário municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, José Carlos Rauen, afirmou que, neste semana, visitará uma área no Norte da Ilha que poderá ser adquirida pela prefeitura para colocar a comunidade do Papaquara. Rauen não quis estabelecer prazo para a retirada das famílias.
(Por Diogo Vargas,
Diário Catarinense, 29/03/2009)