Audiência pública em Erechim pede a renegociação de dívidas
Agricultores ligados à Via Campesina e representantes de municípios do Norte do Estado participam desde as 15h de uma audiência pública na Câmara de Vereadores de Erechim. Reunidos com um representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário, eles cobraram dos governos federal e estadual, um programa de recuperação das propriedades após a seca.
O plenário da Câmara ficou lotado. Com faixas, panelas vazias e um enxada, os agricultores tentam representar as perdas provocadas pela estiagem prolongada que atingiu a região. Desde fevereiro os agricultores solicitam a anistia do pagamento de sementes retiradas no Programa Federal Troca-troca, e a renegociação das dívidas agrícolas. Os produtores também querem a criação de um programa de irrigação que utilize a água dos lagos das hidrelétricas da região. Mas até agora não houve resposta dos governos.
No dia 11 de março, os manifestantes ligados à via-Campesina chegaram a invadir uma agência do Banco do Brasil de Erechim, fazendo funcionários e clientes reféns, na tentativa de negociar os benefícios. O delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Nilton Pinho De Bem, disse aos agricultores que a renegociação das dívidas, que já foi realizada em anos anteriores, está descartada.
— Devido aos valores destinados em programas para a agricultura familiar, este ano não há como renegociar as dívidas, até porque isto não resolveria o problema — salientou De Bem.
A seca fez com que 96 municípios do Estado decretassem situação de emergência. Em muitos casos, as perdas superam 50% na produção de grãos e leite. Em outros as perdas chegam próximo aos 100%. Alguns municípios da região ainda enfrentam problemas com abastecimento de água para o consumo humano e animal.
(Zero Hora, 26/03/2009)