É possível utilizar o lixo municipal para geração de gás e, a partir disso, como gerador de energia elétrica? Essa hipótese, que parecia distante, está mais próxima do que se imagina. Um projeto foi apresentado aos prefeitos da região durante a reunião da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) na terça-feira à noite, na sede do Executivo, em Vale do Sol. O programa possibilita mais geração de emprego para quem trabalha com materiais recicláveis e fonte de renda às prefeituras, que podem produzir e comercializar essa energia.
De acordo com o executivo empresarial Fernando Ferreira, não há qualquer risco de poluição. “É um processo totalmente seguro e dentro das normas internacionais. Já temos mais de 1,1 mil equipamentos vendidos no mundo inteiro”, afirma. Segundo ele, com a implantação do programa, os aterros sanitários seriam eliminados no futuro. “Ñão existe nenhum tipo de material nocivo à saúde e há uma grande rentabilidade. O retorno do investimento da Prefeitura acontece em até quatro anos”, garante Ferreira.
Conforme o executivo, vidro, plástico e PVC são retirados durante a reciclagem. “O lixo passa por um processo de picotagem e vai para uma câmara de gaseificação, onde é desintegrado, convertendo-se 85% em gás e até 15% em carvão. Ou seja, 100% do lixo é desintegrado e transformado em energia ou carvão para a comunidade”, explica, acrescentando que os custos de aquisição são elevados.
Para o prefeito de Venâncio Aires, Airton Artus, o projeto, além de ser novo, precisa ser estudado. “A princípio, todas essas soluções ecológicas que dão uma destinação para o lixo e, em compensação, aumentam a oferta de energia são importantes. Mas estamos tateando pela primeira vez, acompanhando o detalhamento disso tudo. Levaremos essa possibilidade para uma discussão mais profunda, com técnicos especializados”, pondera. A prefeita de Santa Cruz do Sul e presidente da Amvarp, Kelly Moraes, disse que o assunto será trazido para debate. “Vou me inteirar bem e nos próximos dias teremos uma opinião formada e consistente”, afirmou.
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Gazeta do Sul, 26/03/2009)