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AIEA
2009-03-26
O conselho da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) se reúne nesta quinta-feira para escolher o futuro diretor-geral da organização, que substituirá o egípcio Mohamed El Baradei a partir de 30 de novembro de 2009.

Concorrem ao cargo o representante japonês Yukiya Amano, 62, e o sul-africano Abdul Samad Minty, 69, mas agências de notícias apontam que a falta de um favorito pode fazer com que a escolha do sucessor de El Baradei não seja concluída nesta quinta-feira.

Para ser eleito, o candidato precisa de pelo menos dois terços dos votos do conselho, que é formado por 35 cinco países (veja lista abaixo), escolhidos entre os Estados que são membros da AIEA. Diplomatas estimam que Amano, com apoio das nações industrializadas, teria uma pequena vantagem sobre Minty, preferido pelos países em desenvolvimento, mas lembram que a votação é secreta.

"Estou tendo uma boa chance de ser eleito nessa semana. A reação [à campanha] foi muito encorajadora", declarou Amano à Reuters. Para Minty, os votos dos indecisos devem ser considerados e as suas chances não devem ser descartadas. Caso nenhum dos dois obtenha os 24 votos, se prevê uma nova eleição por maioria simples na sexta-feira.

El Baradei é diretor-geral da AIEA há 12 anos e em 2005 ganhou, junto com a agência, o prêmio Nobel da Paz. Seus três mandatos consecutivos foram marcados pelos enfrentamentos diplomáticos com a política agressiva do ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush, em especial com relação ao Iraque e ao Irã.

Neste sentido, o trabalho do sucessor de El Baradei de controlar o uso de tecnologia nuclear pode ser beneficiado pela nova diplomacia coordenada pelo presidente norte-americano Barack Obama com relação a países como Irã, Iraque e Coreia do Norte, que no passado foram considerados pelos EUA como "eixo do mal" em função da suspeita de que produzissem armas de destruição em massa.

Atuais membros do conselho
Podem votar na escolha do futuro diretor-geral da AIEA os membros de seu conselho 2008-09: Afeganistão, África do Sul, Albânia, Alemanha, Arábia Saudita, Argélia, Argentina, Austrália, Brasil, Burkina Fasso, Canadá, China, Cuba, Egito, Equador, Espanha, Estados Unidos, Filipinas, Finlândia, França, Gana, Índia, Iraque, Irlanda, Japão, Lituânia, Malásia, México, Nova Zelândia, Reino Unido, Romênia, Rússia, Suíça, Turquia e Uruguai
O trabalho da AIEA

Vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) fiscaliza a utilização de tecnologia nuclear, impedindo seu desvio para área militar e estimulando seu uso pacífico - o órgão é a autoridade de verificação do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP), assinado em 1968.

Para realizar estes objetivos, a AIEA envia inspetores para vistorias em instalações de pesquisa e usinas em mais de 145 países. Após a visita, eles produzem relatórios que servirão de base para entidades internacionais aplicarem eventuais sanções.

Ao mesmo tempo, o acordo de não-proliferação nuclear garante aos países signatários apoio da AIEA na aplicação da tecnologia atômica no campo civil, como na geração de energia elétrica, em tratamentos médicos e na agricultura. Da mesma forma, a agência trabalha em parceria com os países para aplicar medidas que garantam a segurança das instalações nucleares pacíficas e previnam acidentes.

(Por Toby Melville, Reuters / UOL, 25/03/2009)

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