Um relatório das Nações Unidas apresentado hoje aponta os opositores autonomistas que controlavam o Governo de Pando como responsáveis pelo "massacre de camponeses" ocorrido neste departamento boliviano em setembro do ano passado.
O representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos na Bolívia, o canadense Denis Racicot, apresentou em La Paz seu relatório sobre os incidentes violentos de setembro do ano passado em Pando, onde, segundo o documento, 11 morreram.
"O massacre de camponeses é uma grave violação aos direitos humanos que teria sido cometida por pessoal do Governo de Pando, funcionários do serviço rodoviário, membros do Comitê Cívico de Pando e outros partidários", disse Racicot.
Neste relatório, as Nações Unidas oferecem as conclusões de sua investigação sobre a violência entre os simpatizantes do Governo do presidente Evo Morales e os do então governador de Pando, Leopoldo Fernández, que levaram o Executivo a declarar estado de sítio na região.
Segundo Racicot, "houve um ataque frontal com uso de armas letais de forma indiscriminada e unilateral, e os camponeses não tiveram outra opção do que se salvar como pudessem".
Uma das principais conclusões do relatório das Nações Unidas é que aconteceu um "massacre" em Pando, termo que se aplica em fatos violentos quando há mais de três mortos, disse Racicot.
Outro dado é que morreram 11 pessoas - dois opositores afins à Prefeitura e nove camponeses - no massacre, número com o qual, segundo Racicot, a Procuradoria boliviana está trabalhando.
A ministra da Justiça boliviana, Celima Torrico, reconheceu o trabalho da ONU neste relatório, que considerou como uma "contribuição importante" para esclarecer o ocorrido em Pando.
Já o vice-ministro de Coordenação com os Movimentos Sociais, Sacha Llorenti, destacou que o relatório contribui para evitar a impunidade no país.
(Efe,
Uol, 25/03/2009)