Seguindo os passos de diversas consultorias que atuam na negociação de emissões, a PricewaterhouseCoopers lançou um relatório manifestando seu apoio a um piso sobre os preços do carbono.
A empresa defende uma proposta mista, na qual mistura a segurança das taxas com a flexibilidade dos esquemas de comércio de emissões, com a justificativa de que é necessário oferecer maiores certezas para as empresas que investem em tecnologias com baixas emissões de carbono (‘low carbon’).
Colocar um piso sobre os preços do carbono significa que os governos estabeleceriam um preço-reserva abaixo do qual as permissões de emissão não poderiam ser vendidas.
Em entrevista ao BusinessGreen, o autor do relatório John Hawksworth disse que existem fortes razões para a introdução de medidas que limitem a volatilidade dos preços e permitam às empresas investir em tecnologias com baixas emissões estando confiantes que o preço do carbono justificará o projeto.
Vários atores importantes deste mercado têm clamado por um piso sobre os preços do carbono desde que a recessão econômica global fez com que grandes emissores industriais inundassem o mercado de carbono ao vender as permissões de emissão extra, causando uma queda generalizada nos preços
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Ainda assim, muitos ainda discordam da introdução do piso, como o diretor da Barclays Capital, Trevor Sikorski, alegando que representaria “uma distorção desnecessária do mercado”. Hawksworth concorda em parte com a afirmação de Sikorski, mas alega que a natureza artificial do mercado de carbono significa que ele representa uma exceção à regra.
“Normalmente você diria que se o preço é baixo, existe uma razão”, admitiu. “Mas neste caso o mercado foi criado por uma razão específica, reduzir as emissões, e isto é difícil de ser alcançado se os preços são baixos, então os governos precisam da flexibilidade de lidar com a volatilidade excessiva dos preços”.
(Por Fernanda B Müller,
CarbonoBrasil, 24/03/2009)