A Organização Mundial da Saúde (OMS) dobrou na terça-feira a estimativa do número de pessoas HIV positivas que contraíram e morreram de tuberculose, na mais recente de uma série de grandes revisões sobre os números da doença no mundo.
Revisões como essas têm implicações diretas para os governos do Ocidente que fornecem bilhões de dólares ao combate de doenças como HIV/Aids, malária e tuberculose baseados nas estimativas internacionais da prevalência delas.
As companhias farmacêuticas também investem pesadamente em drogas, diagnósticos e vacinas para o trio de doenças que a ONU prometeu combater nas Metas de Desenvolvimento do Milênio.
Abaixo estão detalhes das revisões recentes nos números das doenças.
Tuberculose Março de 2009 - A ONU dobrou a estimativa sobre o número de pessoas co-infectadas pela tuberculose e pelo HIV, assim como o número de mortes, devido a "análises, dados e metodologia melhores".
A organização acredita que a tuberculose tenha matado cerca de 1,8 milhão de pessoas em 2007 - 1,3 milhão de pessoas HIV negativas e 456 mil também infectadas pelo vírus da Aids, mortes que são classificadas nas estatísticas de saúde apenas como fatalidades pelo HIV.
O relatório mais recente do Controle Global da Tuberculose inclui medições diretas provenientes de 64 países, de um total de 212 países e territórios aos quais a informação foi solicitada, disse a OMS. O relatório anterior incluiu quantificações de apenas 15 países.
MaláriaSetembro de 2008 - A OMS informou que 247 milhões de pessoas estavam infectadas pela malária em todo mundo em 2006, reduzindo a estimativa anterior de que entre 350 milhões e 500 milhões fossem atingidas todos os anos pela doença transmitida por um mosquito.
Novos métodos de cálculo, incluindo o uso de mapas asiáticos atualizados mostrando que a urbanização destruiu habitats do mosquito, também reduziram a estimativa do número de mortes pela malária no mundo em cerca de 10 por cento, embora a OMS tenha dito que não estava claro se o número real de casos e de mortes havia caído.
A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, afirmou em uma entrevista coletiva que menos de um terço dos 193 estados membros da agência têm sistemas confiáveis para monitorar e documentar a malária e outras doenças graves cujos sintomas iniciais podem se assemelhar aos da gripe.
HIV/AIDS Novembro de 2007 - Dados revisados provenientes da Índia levaram o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) a reduzir sua estimativa sobre a quantidade de pessoas no mundo infectadas pelo vírus da Aids para 33 milhões, ante os 40 milhões estimados anteriormente.
A agência da ONU disse que superestimou o número de infectados pelo vírus incurável e afirmou que métodos melhores de obter os dados mostraram que a doença não era tão comum como se temia.
"Esses dados aperfeiçoados nos apresentam um retrato mais claro da epidemia de Aids, que revela desafios e oportunidades", disse à época o Unaids em um comunicado.
(
Reuters, 24/03/2009)