A China, a maior produtora de gases geradores do efeito estufa, e dezenas de países em desenvolvimento serão solicitados a aceitar suas primeiras metas numéricas de todos os tempos de redução da poluição responsável pelo aquecimento global. A solicitação deve ocorrer na semana que vem.
Os cortes, correspondentes ao período de 2000 a 2050, constam de uma proposta destacada pela ONU num documento que orienta as negociações, a se realizarem em Bonn, na Alemanha. A ONU vai supervisionar conversações entre 192 países até dezembro.
A ONU reduziu centenas de propostas em circulação para fazer com que países ricos e pobres se concentrassem em fechar o fosso que ameaça impossibilitar um acordo. Os países estão agora mais próximos de concordar em torno do ano de 2050 para a fixação de uma meta de longo prazo de controle de emissões e em torno de como custear as reduções de gases geradores de efeito estufa por parte dos países pobres, disse a ONU.
"Numa série de áreas existe uma convergência inquestionável, na qual os países estão bem próximos entre si", disse Yvo de Boer, a autoridade máxima da ONU na área de clima. No entanto, "há uma série de esferas em que muitas lacunas têm de ser preenchidas".
A China e a Índia estão entre os países em desenvolvimento que se recusaram a adotar quaisquer metas enquanto os países industrializados não forem os primeiros a promover reduções. Elas argumentam que os EUA e a Europa foram responsáveis pela maior parte do acúmulo das emissões que aprisionam calor na atmosfera e estão aquecendo o planeta, que remontam ao início da era industrial.
A China ultrapassou os EUA em emissões de dióxido de carbono em 2006, quando emitiu 6,02 bilhões de toneladas do composto na atmosfera, segundo o governo americano. A meta proposta para os países menos desenvolvidos é nova, uma vez que não fazia parte de uma sinopse semelhante da ONU preparada antes das últimas conversações sobre mudança climática, realizadas em dezembro na cidade polonesa de Poznan.
(Bloomberg /
Valor Econômico, 24/03/2009)