O Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam) multou em R$ 88.905,00 o hotel Ariaú Amazon Towers por queima e poluição do solo por lixo, derramamento de combustível e lançamento de esgoto sem tratamento no ambiente. Um quinto auto de infração foi feito pelo fato de o hotel estar funcionando sem licença ambiental, segundo informações do instituto.
O Ariaú é o maior e mais conhecido hotel de selva da Amazônia, e se situa 60 quilômetros de Manaus, num afluente do Rio Negro, próximo ao arquipélago de Anavilhanas. Fiscais do Ipaam estiveram no hotel, um complexo de palafitas com 265 apartamentos, no dia 18. O estabelecimento foi notificado na sexta-feira (20/03). A fiscalização foi feita a pedido do Ministério Público Federal, que recebeu denúncia de turistas que se hospedaram no Ariaú Amazon Towers.
Ribamar Mendes, diretor-executivo do hotel, disse que ele não tem licença ambiental porque a área em que se encontra é próxima ao Parque Nacional de Anavilhanas, que não estava regulamentado quando o hotel foi construído na década de 80. “Por estarmos em uma zona de impacto de reserva ambiental, há toda uma legislação rigorosa em que precisamos nos enquadrar. Estamos trabalhando para isso”, diz, acrescentando que seu departamento jurídico está analisando que medidas tomar em relação às multas do Ipaam.
De acordo com Mendes, a área em que são queimados resíduos sólidos fica a 3,5 quilômetros do hotel. “Nesta área, restos alimentares são dados a porcos que criamos. Resíduos de madeira, papel, papel higiênico, são queimados”, explica. “Não tenho um incinerador de primeira linha, mas foi montado um incinerador”, diz Mendes. “Como fazer um aterro sanitário numa área que inunda todo ano?”, questiona.
O diretor ressalta ainda a dificuldade encontrada para tratar esgoto no local, já que a construção fica sobre uma área alagada, o que impossibilita a instalação de fossas sépticas. Um sistema alternativo já foi adquirido e será instalado, afirma. O hotel tem um termo de ajustamento de conduta com o Ipaam, pelo qual se compromete a se adequar à legislação ambiental. “Não posso dizer que em 3 meses vai estar resolvido, mas em um ano o termo estará cumprido”, promete Mendes.
(Por Dennis Barbosa, Globo Amazônia /
G1, 23/03/2009)