Os moradores da região do Perocão, em Santa Mônica, Guarapari, já não sabem a quem recorrer. Segundo eles, a pesca de arrasto está destruindo a região e muito pouco vem sendo feito pelas autoridades do setor. Segundo eles, a pesca ocorre durante toda a madrugada, deixando inúmeros peixes mortos na areia.
“Chamamos a polícia ambiental, que tem poder de prisão, mas eles nunca têm efetivos. Já chamamos o Iema também e o Ibama. Esse último vem melhorando sua atuação, chegou a prender uma rede na última semana, mas neste sábado o pescador já estava na água de novo com a mesma rede”, ressaltou um morador que não quis se identificar.
Segundo os moradores da região, os pescadores são aposentados que se juntam em um grupo de cerca de 15 pessoas para passar a rede, em média, depois das 23h.
Eles ressaltam que a área é de preservação ambiental, onde ficam os estuários dos rios Uma e Perocão, formando uma baía repleta de peixes. A Associação Representativa da Região Norte de Guarapari (Arreng) informou que um pedido para analisar o caso foi feito ao Conselho Municipal em Defesa do Meio Ambiente de Guarapari (Condemag), em 2004, mas até agora nenhuma resposta foi dada.
Segundo as informações da ONG, além da pesca de arrasto, os pescadores utilizam também a técnica com balões, tarrafas, redes malhadeiras, entre outros instrumentos ilegais, sem respeitar os limites da costa.
“Nesta baía você anda mais de duzentos metros e a água continua a um metro e meio, ou seja, eles passam a rede facilmente. Os barcos pesqueiros também não respeitam as regras e tudo isso junto está acarretando a destruição da baía”, disse Ivo Antônio Sant´Anna, da Arreng.
Segundo Ivo, a única iniciativa no sentido de pterservar a região foi tomada apela prefeitura: a criação da Secretaria de Fiscalização de Guarapari. Entretanto, anda foi feito até o momento para que a realidade seja, de fato, mudada.
(Por Flavia Bernardes,
Século Diário, 23/03/2009)