No Dia Mundial da Água, neste domingo, quatro escolas da rede municipal de Florianópolis podem comemorar. Desperdício é uma palavra que não existe para alunos e professores dessas unidades, que desde o ano passado convivem com um sistema que representa economia e consciência ambiental por reaproveitar a água da chuva.
No Núcleo de Educação Infantil (NEI) do Bairro Ingleses, no Norte da Ilha, onde estudam 405 crianças com até seis anos, a água da chuva é usada na limpeza das calçadas, nos 33 vasos sanitários e em seis torneiras do jardim, que só abrem com uma chave especial.
O sistema capta a água por meio de calhas, indo para uma cisterna de 33 mil litros. Depois, o líquido passa por filtragem de folhas e resíduos sólidos e vai para um reservatório.
A água da chuva serve para praticamente tudo na escola, menos para o consumo humano.
A tubulação foi pintada de verde para diferenciar dos canos da água potável.
Entusiasmada com o projeto que iniciou em julho do ano passado, a diretora, Anita Erdmann dos Santos, acredita que tão importante quanto a economia na conta é a educação aos alunos.
– Estamos incentivando algo pequeno, mas que no futuro fará a diferença na vida de cada um deles – diz Anita, garantindo que os professores abordam o assunto na rotina de aprendizagem das crianças.
Ecomomia por mês chega a R$ 500O sistema da escola de Ingleses custou R$ 38 mil à prefeitura. Mas a economia por mês passou a ser de R$ 500.
– Mais do que a economia que estamos tendo, a ideia é aplicar o espírito de sustentabilidade e preservação dos recursos hídricos – assegura o diretor do Departamento de Infraestrutura da Secretaria Municipal da Educação, Mauricio Amorim Efe.
A iniciativa também existe no Núcleo de Educação do Bairro Armação; na Escola Básica Brigadeiro Eduardo Gomes, no Bairro Campeche; e na Escola Básica João Gonçalves Pinheiro, no Bairro Rio Tavares.
A secretaria prometeu ampliar a ação construindo o mesmo sistema na Creche Rio Vermelho e na nova Escola Básica de Ingleses, em construção no Norte da Ilha.
Além da água da chuva, os responsáveis pelo projeto estudam algo semelhante com o aproveitamento da energia solar em escolas municipais da Capital. Com isso, seria possível, por exemplo, esquentar a água do chuveiro.
(Por Diogo Vargas,
Diário Catarinense, 22/03/2009)