Após 1974, a correção de algumas curvas do leito do Rio Tubarão e a retirada de areia em pontos críticos foram medidas adotadas para evitar outras catástrofes semelhantes, mas o Poder Público nunca chegou a criar um projeto eficiente de prevenção de enchentes. É exatamente isso que será discutido a partir da próxima terça-feira em uma audiência pública envolvendo vereadores, prefeitura, arquitetos e engenheiros civis.
A realização da audiência foi uma solicitação do vereador Maurício da Silva (PMDB).
– Nós só lembramos do guarda-chuva quando começa a chover. Acontece o mesmo com o Rio Tubarão, que só é lembrado quando o nível começa a subir ou quando ocorrem enchentes como a da região de Blumenau. Precisamos é ter planos prático se vamos buscar isso nesse seminário – ressalta o vereador.
O evento será dividido em três partes: avaliação técnica sobre a enchente de 1974, formas de prevenção para evitar novas catástrofes e planos de reação efetiva no caso de uma nova tragédia se repetir.
Instalação de estações é uma das alternativasAlém do Poder Público, grupos não-governamentais também buscam soluções para o problema. A instalação de estações hidrometeorológicas seria uma das alternativas para prevenir as cheias. A aquisição dos equipamentos é defendida por integrantes do Comitê da Bacia do Rio Tubarão, que desenvolveram um projeto e aguardam a aprovação para colocar em prática o plano.
O projeto prevê a instalação de 21 equipamentos em pontos estratégicos da bacia do Rio Tubarão. Com as estações seria possível obter informações como pressão atmosférica, umidade relativa, precipitação e intensidade das chuvas, direção do vento e variações do nível do rio.
– Na prática, saberíamos, por exemplo, o tempo de chegada de fortes chuvas e teríamos informações suficientes para alertarmos a população. Seriam medidas preventivas muito importantes – explica o engenheiro químico Rafael Marques, um dos autores do projeto.
As estações, de tecnologia nacional e nível intermediário, custariam em torno de R$ 400 mil. Nos próximos meses, no entanto, devem entrar em operação na região uma estação meteorológica e outras pluviométricas de um projeto do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Ciram).
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Diário Catarinense, 22/03/2009)