O sumiço de uma ilha de cerca de 20 mil metros quadrados na lagoa da Tijuca, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio, é um equívoco, segundo o diretor de recuperação ambiental do Inea (Instituto Estadual do Ambiente), Carlos Abenza. Fotos aéreas de 2004 comprovavam a existência da ilha, que desapareceu segundo as imagens feitas em 2008.
"Na época, foi feita uma abertura de canal submerso para melhorar a troca hídrica e de nutrientes como também diminuir o problema da inundação," disse Abenza. "A própria natureza se encarregou de desfazer esse acúmulo de sedimentos, de lama e vegetação".
O diretor falou que assoreamentos como esse são comuns em rios e lagoas. Segundo Abenza, na foz do rio Paraíba, por exemplo, há bancos de areia com bem mais de 20 mil metros quadrados.
O diretor explicou que o projeto original de recuperação da lagoa, iniciado em 2003, previa a ligação do complexo lagunar ao mar pelo canal de Sernambetiba, no Recreio dos Bandeirantes (zona oeste). No entanto, um estudo ambiental mostrou que a ligação da lagoa --que está poluída-- com o mar acabaria contaminando um trecho de praia limpa e as obras foram interrompidas. Já existe uma ligação da lagoa da Tijuca ao mar por meio do canal da Joatinga.
O projeto foi refeito e prevê canais submersos, além do desassoreamento e da dragagem daqueles do sistema lagunar por meio de uma parceria com a iniciativa privada, sem ônus para o Estado, segundo o Inea.
"O material dragado pode ser utilizado para aterro por empresas de construção", disse o diretor, que explicou que o transporte dos resíduos retirados e sua destinação final é o que mais encarece o projeto.
Segundo o diretor do órgão, o Relatório Ambiental Simplificado (RAS) estará concluído em abril, quando será encaminhado para o licenciamento. "Estamos aguardando apenas o resultado das análises de sedimento, do material de fundo que deve ficar pronto no fim deste mês e a partir de maio podemos recomeçar as obras e buscar parcerias com a iniciativa privada."
(Agência Brasil,
Folha Online, 18/03/2009)