Uma precipitação de granizo, acompanhada por ventos fortes, foi responsável por prejuízos em lavouras de arroz de Bagé, na madrugada de ontem. Segundo Ricardo Zago, presidente da Associação dos Arrozeiros da Região de Bagé, nove plantações foram afetadas, totalizando cerca de 2 mil hectares com uma média de perdas de 30%. Com isso, conforme o presidente, a estimativa é de que 80 mil sacas de arroz deixem de ser produzidas, gerando um prejuízo financeiro de R$ 2,3 milhões. Na área urbana, houve queda de algumas árvores e destelhamento de casas. Pela manhã, os bombeiros tiveram que cortar algumas árvores que ameaçavam a rede de energia elétrica.
Em Uruguaiana, as chuvas alagaram ruas e derrubaram galhos de árvores. Mais de mil famílias ficaram sem fornecimento de energia elétrica. Com os 28 milímetros de chuva registrados na madrugada, o índice de precipitação no município já atinge 139 milímetros – sendo que a média para o mês é de 122 milímetros.
As estradas rurais de Livramento foram as mais atingidas pelo temporal no município. Na comunidade de Santa Rita, a 70 quilômetros da cidade, dois ônibus que transportavam crianças para a Escola Municipal Aurélio Guerra atolaram na lama. Na região do Passo da Cruz, os três ônibus escolares que fazem a linha, sequer saíram em direção à comunidade devido à situação precária das estradas vicinais. Uma equipe mecanizada do Incra recupera os acessos em áreas de assentamentos. A chuva de 50 milímetros, aliada a ventos de 60 quilômetros por hora, causou danos também na rede de distribuição de energia elétrica.
No Médio Uruguai, é a seca que castiga a população. Os níveis dos rios Uruguai, Guarita, Várzea e Fortaleza diminuíram quase 2 metros nos últimos 30 dias. As prefeituras de Vista Alegre, Palmitinho e Alpestre transportam água para abastecer pocilgas de suínos e aviários. Em Frederico Westphalen, a Corsan utiliza o recalque do rio Fortaleza para garantir o abastecimento da cidade.
(Correio do Povo, 18/03/2009)