Questão que assume cada vez maior importância entre as corporações, o Green IT, filosofia que contempla a adoção de tecnologias preocupadas com a sustentação do meio ambiente, ganhou voz na edição 2009 da CeBit, maior feira de TI e comunicação do mundo. Executivos de empresas do setor aproveitaram todos os holofotes do mundo high-tech voltados ao evento – realizado na última semana na Alemanha – para anunciar o comprometimento com soluções e produtos ecologicamente corretos.
Empresas como IBM, Alcatel e Intel apresentaram soluções com apelo ambiental, reforçado pelo poder atual do marketing verde e pegando carona no tema da crise mundial. A lógica é simples: se uma empresa gastar menos energia para realizar a mesma tarefa, economiza dinheiro para, por exemplo, investir a longo prazo. O tema foi tão requisitado que a organização do evento separou exclusivamente um dos 27 pavilhões para apresentar produtos e soluções de Green IT que se preocupavam, por exemplo, em reduzir o uso de eletricidade ou a emissão de CO2 (dióxido de carbono).
A área é apoiada pela Climate Savers Computing Initiative, grupo de empresas fundado em 2007 com participação de marcas como Microsoft, Google, Intel e IBM, que tem a intenção de tornar a computação mais viável para o ecossistema. Segundo estimativas da Cisco Systems, o setor de tecnologia é responsável por cerca de 2% das emissões mundiais de CO2.
E um dos maiores culpados pelo alto uso de energia nas corporações são os data centers. Tidos muitas vezes como vilões por sugar em forma de watts alguns milhões de dólares nas receitas das empresas, eles estão sendo redesenhados levando, principalmente, em consideração a questão da sustentabilidade – neste caso, não só do meio ambiente, mas também das próprias organizações.
A Rittal, empresa desenvolvedora de servidores, apresentou solução em parceria com a Microsoft, que tende a tornar mais econômica o uso dessas grandes máquinas. A proposta é integrar o próprio data center a um sistema de gerenciamento, que permite que o departamento de TI tenha um controle sobre a temperatura que cada compartimento está usando em tempo real. Caso algum módulo apresente anormalidade com relação ao gasto, os técnicos podem identificar o local do problema, poupando tempo de manutenção e os custos com energia.
A organização não-governamental Greenpeace declarou, durante o evento, que 2009 será um ano importante na luta contra as alterações ambientais. Tom Dowdall, coordenador da campanha da ONG, afirmou acreditar que as empresas que tomarem iniciativa nesse desafio verão a sua participação no mercado subir, assim que perceberem que o suporte a plataformas amigas do ambiente fará cada vez mais a diferença para o segmento. Segundo o Greenpeace, o empenho das empresas pertencentes ao setor de TI, por meio de políticas mais verdes, poderá contribuir com uma redução de até 15% nas emissões de produtos tóxicos para a atmosfera.
(Por Fernando Braga, Correio Braziliense, Estado de Minas, 12/03/2009)