Via Campesina fez vigília pedindo liberdade dos manifestantes
A Justiça de Erechim, no norte do Estado, concedeu liberdade provisória para sete manifestantes da Via Campesina que haviam sido presos na tarde de quarta-feira. Indiciados por crime de sequestro e cárcere privado, eles são suspeitos de liderar um protesto em que 54 agricultores mantiveram presos no interior de uma agência bancária 20 clientes e 10 funcionários, além de uma equipe de reportagem da RBS TV e da Zero Hora.
Mais de 350 manifestantes que haviam passado a tarde em vigília em frente ao banco, exigindo a soltura dos manifestantes, suspenderam o movimento que deve ser retomado na sexta-feira. Como o sábado marca o dia nacional de luta contra as barragens, a Polícia Militar da região está alerta contra novos atos do grupo. Cerca de 50 policiais militares do Batalhão de Operações Especiais de Passo Fundo estão em Erechim monitorando as ações da Via Campesina.
— Onde eles forem, vamos acompanhar para que não aconteça nada grave — afirmou o comandante da Brigada Militar de Erechim, Antônio Gilceu Souza.
A decisão da juíza Adria Atz foi enviada ao cartório por volta das 19h, determinando que os suspeitos fossem soltos. Ela considerou que eles não preenchiam os requisitos exigidos por lei para a prisão preventiva e que a autoria do crime não estaria suficientemente provada. A liberdade provisória foi concedida mediante o compromisso de que os indiciados compareçam a todas as fases do processo e comuniquem mudanças de endereço sob pena de voltarem a ser presos.
Os crimes relatados no indiciamento — cárcere privado, dano ao patrimônio da união e corrupção de menores — podem resultar em penas de um a três anos de reclusão. Se forem condenados, eles podem ser beneficiados pela suspensão condicional do processo, trocando a pena por prestação de serviços à comunidade.
(Zero Hora, 12/03/2009)